O presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) diz não ver “qualquer relevância” no alegado erro de transcrição que levou a uma troca de nomes nas escutas telefónicas da Operação Influencer.
“Estamos a empolar coisas que não carecem de qualquer esclarecimento. Pelos vistos, no processo, já houve a retificação”, afirma à Renascença Adão Carvalho.
Durante o fim de semana, o Ministério Público (MP) admitiu um lapso numa transcrição, que resultou na troca do nome do ministro da Economia, António Costa Silva, pelo do primeiro-ministro António Costa.
Para o presidente do SMMP, o caso não tem "qualquer relevância, porque não há prejuízo para os sujeitos processuais que, nos casos em que há erros de transcrição, podem sempre requerer a sindicância das mesmas, porque o áudio é que é a verdadeira prova”.
"Tentar extrair que existiu uma omissão ou um erro em centenas ou milhares de escutas, ou de páginas de transcrições é dar relevância onde ela não existe."
Questionado sobre a necessidade de eventuais esclarecimentos adicionais, por parte da Procuradoria-Geral da República, Adão Carvalho defende que “transformar algo que não tem gravidade em algo grave é que eu não consigo compreender”.
Além disso, o presidente do SMMP diz não ter conhecimento "de que tenha sido essa escuta a determinar a averiguação autónoma de uma determinada pessoa que, neste caso, é o primeiro-ministro".
E acrescenta: “se existiu um equívoco, pelo menos, relevante - e os equívocos nas transcrições podem acontecer - existe um suporte áudio. Estamos a falar de pessoas que têm que fazer transcrições de milhares de escutas”.