“Estamos a empolar". Magistrados do MP desvalorizam erro em transcrição de escutas
13-11-2023 - 11:41
 • André Rodrigues

Presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público não encontra "qualquer relevância" no caso do alegado lapso numa transcrição telefónica, que resultou na troca do nome do ministro da Economia, António Costa Silva, pelo do primeiro-ministro António Costa.

O presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) diz não ver “qualquer relevância” no alegado erro de transcrição que levou a uma troca de nomes nas escutas telefónicas da Operação Influencer.

“Estamos a empolar coisas que não carecem de qualquer esclarecimento. Pelos vistos, no processo, já houve a retificação”, afirma à Renascença Adão Carvalho.

Durante o fim de semana, o Ministério Público (MP) admitiu um lapso numa transcrição, que resultou na troca do nome do ministro da Economia, António Costa Silva, pelo do primeiro-ministro António Costa.

Para o presidente do SMMP, o caso não tem "qualquer relevância, porque não há prejuízo para os sujeitos processuais que, nos casos em que há erros de transcrição, podem sempre requerer a sindicância das mesmas, porque o áudio é que é a verdadeira prova”.

"Tentar extrair que existiu uma omissão ou um erro em centenas ou milhares de escutas, ou de páginas de transcrições é dar relevância onde ela não existe."

Questionado sobre a necessidade de eventuais esclarecimentos adicionais, por parte da Procuradoria-Geral da República, Adão Carvalho defende que “transformar algo que não tem gravidade em algo grave é que eu não consigo compreender”.

Além disso, o presidente do SMMP diz não ter conhecimento "de que tenha sido essa escuta a determinar a averiguação autónoma de uma determinada pessoa que, neste caso, é o primeiro-ministro".

E acrescenta: “se existiu um equívoco, pelo menos, relevante - e os equívocos nas transcrições podem acontecer - existe um suporte áudio. Estamos a falar de pessoas que têm que fazer transcrições de milhares de escutas”.