Caixa emprestou 125 milhões a Isabel dos Santos para comprar ações ao próprio banco público
25-05-2019 - 10:22
 • Renascença

Pese embora o crédito (concedido em 2009) devesse ter sido pago à CGD em sete anos, fonte próxima da empresária explica que “grande parte” foi amortizado", ou seja, que não foi totalmente pago.

Apesar de um parecer condicionado da Direção-Geral de Risco do banco público, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) emprestou, em 2009, 125 milhões de euros à empresária angolana Isabel dos Santos para comprar ações da ZON (atual NOS), sendo que parte das ações (2%) eram mesmo da CGD, enquanto as restantes pertenciam à ZON (4,57%) e à Cinveste (3,43%). A notícia é do Correio da Manhã.

Segundo o jornal, que consultou um relatório (tido como "confidencial") do Banco de Portugal (BdP) sobre o crédito concedido pela Caixa a Isabel dos Santos, a Direção de Risco recomendava que o mesmo fosse concedido por um sindicato bancário, para reduzir a exposição do banco público, o que acabaria por não acontecer. “Os fundamentos considerados para a concessão do crédito em apreço, assentes essencialmente nas garantias associadas por indisponibilidade de informação sobre a situação financeira do mutuário [Isabel dos Santos], não são compatíveis com uma prática prudente de concessão de crédito”, pode ler-se no relatório do BdP sobre o crédito à empresa Konto Holding Limited.

Pese embora o crédito devesse ter sido pago à CGD em sete anos – o que ainda não sucedeu –, em resposta ao Correio da Manhá, fonte próxima da empresária diz que o crédito estará “em dia” e que “grande parte até já foi amortizado".