O novo ministro das Finanças, Fernando Medina, próximo do primeiro-ministro e com um perfil eminentemente político, terá pela frente o desafio de voltar a reduzir a dívida pública e pôr o país a crescer.
Fernando Medina, que sucede a João Leão na tutela das Finanças, herda uma proposta de Orçamento do Estado para 2022, pensada e elaborada pelo antecessor, que irá defender, depois de atualizado o cenário macroeconómico, já a incorporar o impacto da guerra na Ucrânia e da crise da energia.
Além da proposta do Orçamento do Estado para 2022, o novo ministro das Finanças terá de entregar até 15 de abril o Programa de Estabilidade.
Fernando Medina assume as Finanças num ano em que a disciplina orçamental de Bruxelas se mantém suspensa, mas o regresso à trajetória de redução da dívida pública, interrompida devido à pandemia, deverá ser um dos focos do novo Governo no que toca às finanças públicas nos próximos anos.
O economista, de 49 anos, que tem um mestrado em Sociologia Económica, terá também ao longo da legislatura de reduzir o défice, que "disparou" devido às medidas de mitigação das consequências da pandemia, depois do primeiro excedente orçamental, alcançado em 2019, quando Mário Centeno era titular da pasta.
Depois da maior queda da economia de que há registo em 2020, a economia voltou a crescer em 2021 e este é outro dos imperativos que terá em mãos, quando o Governo já sinalizou que a estimativa para este ano será revista em baixa.
Fernando Medina foi presidente da Câmara Municipal de Lisboa entre abril de 2015 e setembro de 2021, quando perdeu as eleições para o social-democrata Carlos Moedas.
Em 2013, António Costa incluiu-o como "número dois" na lista à autarquia lisboeta, permitindo que lhe sucedesse em abril de 2015, quando interrompeu o mandato na sequência das eleições legislativas. Em setembro de 2017 ganhou as eleições autárquicas, mas sem maioria absoluta.
Próximo do primeiro-ministro é apontado como um dos potenciais sucessores na liderança do PS, tendo uma vasta experiência política.
Foi deputado na XI Legislatura, secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional no XVII Governo e secretário de Estado Adjunto, da Indústria e do Desenvolvimento no XVIII Governo.