Dolores Silva, capitã da seleção nacional de futebol feminino, destaca uma grande evolução na equipa desde a estreia em campeonatos da Europa, em 2017, nos Países Baixos. Algumas jogadoras saíram da equipa, mas entraram jovens que acrescentam “grandes qualidades, dentro e fora do campo”.
“Nota-se que houve uma grande evolução, que temos muito mais opções e mais qualidade. Há uma maior competitividade e isso traz qualidade à equipa. Claro que é um motivo de felicidade”, compara, em Bola Branca.
A jogadora do Sporting de Braga esteve presente e foi titular nos três jogos da fase de grupos do Euro 2017. Nesta edição, que arranca no dia 6 de julho em Inglaterra, Países Baixos, Suécia e Suíça são os adversários do grupo C e Dolores Silva vê uma situação “semelhante à do último Europeu”, com “seleções poderosíssimas”.
“A atual campeã da Europa, a Suécia, que é uma das melhores do mundo, e a Suíça, que também tem jogadoras muito competentes. São três seleções muito fortes”, começa por explicar.
“Nós também teremos os nossos argumentos, mas com os pés assentes na terra. É um grupo muito competitivo, onde vamos ter muitas adversidades, mas também tentar fazer tudo para representar Portugal da melhor maneira possível”, completa, em entrevista à Renascença.
Equipa motivada
A capitã da seleção faz “um balanço positivo” da preparação para o Campeonato da Europa que decorre em Inglaterra, com toda a equipa “motivada e focada” no objetivo. Descreve ainda uma “ansiedade e nervosismo normais” de quem quer que chegue a hora de competir.
“Temo-nos preparado bem, temos estado todas focadas e trabalhado ao máximo para chegar da melhor maneira possível e levar boas sensações”, diz.
O objetivo, há muito assumido, é fazer melhor do que na primeira participação: passar a fase de grupos. Dolores Silva não abre mais o jogo, a equipa tem de estar “focada”, porque estar presente na fase final já é “muito importante”.
“É ter os pés na terra, sabendo que temos qualidades. Não nos podemos esquecer que é um campeonato da Europa, vamos defrontar seleções muito boas e temos de estar concentradas no nosso trabalho e no nosso objetivo”, avisa.
Futebol feminino “no caminho certo”
Aos 30 anos, Dolores Silva tem muita experiência no futebol nacional e internacional. Tendo jogado seis épocas na Alemanha e uma em Espanha, no Atlético de Madrid, a atleta admite que “ainda nos faltam alguns passos” para chegar “aos patamares dessas ligas”, mas “estamos no caminho certo” para chegar lá.
“Vejo que estão a ser dados os passos corretos no sentido de haver uma evolução e um maior interesse no futebol feminino. Isso tem sido evidente nos últimos anos, sendo que o ponto chave foi a nossa qualificação para o Euro 2017”, acredita. “Não só a nível dos media, mas até nos clubes, que começaram a procurar formar equipas que nos tornassem mais profissionais”.
Dolores Silva começou a carreira no 1º Dezembro, clube que deixou em 2011 para rumar à Alemanha. Após seis anos, em que representou o Duisburg e o USV Jena, regressou a Portugal para uma primeira passagem pelo Braga. Em 2018/19 chegou ao Atlético de Madrid, clube onde esteve apenas uma época, tendo regressado depois ao Sp. Braga, onde completou esta temporada a terceira época consecutiva.
Já representou a seleção nacional em 137 ocasiões, onde marcou 16 golos.
O primeiro jogo da seleção nacional está agendado para o dia 9 de julho, às 17h00, frente à Suíça, no Leigh Sports Village, em Wigan.