No comício do CDS no Marco de Canaveses todos os discursos foram dar ao PS. Nuno Melo, o cabeça de lista do partido às eleições europeias, disse logo ao que vinha. Estava ali para desdobrar a “publicidade enganosa em que este governo tornou a vida pública”.
O pretexto para o discurso foi o slogan para as europeias em que o PS apela “ao voto responsável”. Um “engano”, disse o eurodeputado que, aproveitou o momento, e respondeu António Costa que, durante um comício em Viana do Castelo, acusou o CDS de ter um discurso de “blá-blá-blá” sobre agricultura.
A resposta chegou em contra-ataque: “Ter um Estado que agrava o IMI a casas de idosos que foram afetadas pelos incêndios, isto não é blá-blá-blá, é absoluta indecência feita pelo governo”, acusou Nuno Melo.
Antes, foi a líder do CDS, Assunção Cristas que pediu um “fortíssimo cartão vermelho” para o governo nas eleições de 26 de maio.
“Temos de mostrar a António Costa um grande, grande sinal de desagrado, um fortíssimo cartão vermelho porque ele nos engana e não nos leva para mais longe”.
Assunção Cristas referia-se à promessa quebrada do governo de dar médico de família a todos os portugueses. Isto no dia em que o Ministério da saúde revelou que há mais 60 mil portugueses sem médico. Números que “mais uma vez desmascaram António Costa”, apontou a líder centrista que questionou: “É em quatro meses que todos os portugueses vão ter medico de família? Não nos parece”, rematou.
Também Diogo Feio se juntou no rol de criticas ao PS. O presidente do Grupo Parlamentar do CDS acusou Costa, “o não candidato, mais candidato” destas europeias que “não quer que se fale da Europa” porque “tem vergonha de ser apoiado por partido como o BE e o PCP”, acusou.
Mas, nem tudo foram ataques ao governo. Diogo Feio quis deixar em Marco de Canaveses um voto de confiança. O deputado que se declarou “anti – sondagens” disse que, apesar das sondagens darem 8% nas intenções de voto ao CDS, acredita que o partido “ainda pode ser a grande surpresa da noite eleitoral”.