Pandemia com impacto decrescente e BA.2 está a tornar-se dominante
25-02-2022 - 22:08
 • Lusa

Em queda está o número de doentes em unidades de cuidados intensivos, que na quarta-feira correspondia a 42% do limiar definido como crítico de 255 camas ocupadas.

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O impacto da pandemia nos serviços de saúde e na mortalidade deverá manter uma tendência decrescente e a linhagem BA.2 da Ómicron já é responsável por mais de metade das infeções, adiantam as "linhas vermelhas" hoje divulgadas.

"Dada a redução da incidência que tem vindo a ser observada, deverá manter-se a tendência decrescente no impacto nos serviços de saúde e na mortalidade", refere a análise de risco semanal da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Segundo o documento, a linhagem BA.1 da variante Ómicron tem registado uma tendência decrescente, representando agora 49,2% das infeções, e, em contraciclo, a BA.2, que os especialistas admitem ser mais transmissível, "está a tornar-se dominante", com o INSA a estimar uma prevalência de 50,8% na quinta-feira.

Em queda está o número de doentes em unidades de cuidados intensivos, que na quarta-feira correspondia a 42% do limiar definido como crítico de 255 camas ocupadas, quando na semana anterior estava nos 52%.

Já no que se refere à mortalidade específica por covid-19, as "linhas vermelhas" indicam que regista um valor de 52 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes, mais baixa dos que os 59,7 do último relatório, o que revela uma "tendência decrescente" da pandemia neste indicador.

Apesar disso, este valor é superior ao limiar de 20 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC) e superior ao limite de 50 óbitos por um milhão de habitantes, o que se traduz ainda num impacto muito elevado da epidemia na mortalidade.

O documento adianta também que há uma tendência decrescente da incidência de novas infeções cumulativa a 14 dias em todos os grupos etários, sendo a mais elevada na faixa etária entre os 10 e os 19 anos (3.517 casos.).

A proporção de casos com resultado positivo nos testes realizados nos últimos sete dias foi de 12,3% (14,5% no último relatório), valor que se encontra acima do limiar dos 4%, mas também com tendência decrescente.

Na última semana, foram realizados cerca de 671 mil testes de despiste do coronavírus, quando nos sete dias anteriores tinham sido efetuados mais de 847 mil.

A DGS e o INSA reiteram que as pessoas com o esquema vacinal completo tiveram um risco de internamento duas a sete vezes menor do que os cidadãos não vacinados, entre o total de pessoas infetadas em dezembro.

"Os cidadãos com um esquema vacinal completo tiveram um risco de morte duas a seis vezes menor do que os não vacinados, entre o total de infetados em janeiro. Na população com 80 e mais anos, a dose de reforço reduziu o risco de morte por covid-19 em quase quatro vezes em relação a quem tem o esquema vacinal primário completo", sublinha ainda a análise de risco da pandemia.

Apesar da melhoria dos indicadores, as "linhas vermelhas" preconizam que se deve manter a vigilância da situação epidemiológica e recomendam a manutenção das medidas de proteção individual e a vacinação de reforço.

A covid-19 provocou pelo menos 5,9 milhões de mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 20.973 pessoas e foram contabilizados 3.241.451 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.