O Papa Francisco defende a necessidade de mudanças na Igreja Católica, numa intervenção divulgada esta terça-feira, com a sua intenção de oração para o mês de agosto.
“Rezemos pela Igreja, para que receba do Espírito Santo a graça e a força de se reformar à luz do Evangelho”, pede, no "Vídeo do Papa", que chega mensalmente às plataformas digitais.
O Vaticano anunciou a 21 de maio a realização da 16ª assembleia geral do Sínodo dos Bispos em outubro de 2023, um ano depois do que estava inicialmente agendado, precedida por um processo inédito de consulta, com assembleias diocesanas e continentais.
“Vamos começar a reformar a Igreja com a reforma de nós mesmos. Sem ideias pré-fabricadas, sem preconceitos ideológicos, sem rigidez, mas avançando a partir de uma experiência espiritual, uma experiência de oração, uma experiência de caridade, uma experiência de serviço”, pede Francisco, na mensagem publicada esta tarde.
"Só podemos renovar a Igreja a partir do discernimento da vontade de Deus na nossa vida diária. E empreendendo uma transformação guiados pelo Espírito Santo”, diz.
O Papa sustenta que a vocação da Igreja é “evangelizar, e mais, a identidade da Igreja é evangelizar”.
“Sonho com uma opção ainda mais missionária, que vá ao encontro do outro sem fazer proselitismo e que transforme todas as suas estruturas para a evangelização do mundo de hoje”, aponta.
Francisco sublinha que, neste processo, o fundamental é a “própria reforma como pessoas, essa é a transformação”.
“Deixar que o Espírito Santo, que é o dom de Deus nos nossos corações, nos lembre do que Jesus ensinou e nos ajude a colocá-lo em prática”, acrescenta.
O Papa desvalorizar as tensões e problemas, sustentando que a Igreja “tem sempre dificuldades, tem sempre crises, porque está viva”.
“As coisas vivas entram em crise. Só os mortos não entram em crise”, assinala.
A intenção de oração do Papa é divulgada mensalmente pela Rede Mundial de Oração do Papa, confiada à Companhia de Jesus (Jesuítas), que a divulga online.
Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a rede evoca a crise provocada pelos casos de abusos sexuais e os ensinamentos do Papa sobre este momento, “propício para o Evangelho e a reforma da Igreja”, segundo o jesuíta Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa.