Pedrógão Grande. Primeiros funerais realizam-se ao final da tarde desta terça-feira
20-06-2017 - 15:58

O funeral de quatro das vítimas vai realizar-se às 18h00 em Sarzedas de S. Pedro, castanheira de Pera. O de outras duas vítimas decorrerá em Vila Facaia às 18h30.

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Os funerais de seis das vítimas do incêndio que deflagrou sábado em Pedrógão Grande realizam-se ao fim da tarde desta terça-feira, disseram à agência Lusa fontes do município de Castanheira de Pera e da paróquia de Pedrógão Grande.

O presidente da Câmara de Castanheira de Pera, Fernando Lopes, disse à Lusa que o funeral de quatro das vítimas vai realizar-se às 18h00 em Sarzedas de S. Pedro, tendo o padre de Pedrógão Grande, Júlio Santos, confirmado o funeral de outras duas vítimas dos incêndios em Vila Facaia às 18h30.

Fonte da Polícia Judiciária (PJ) disse à Lusa que, a um primeiro momento, de recolha de informação e levantamento dos corpos, segue-se um trabalho de “cruzamento de informação” com o Instituto Nacional de Medicina Legal (INML), responsável pelas autópsias, procurando uma identificação “rápida” para a entrega dos corpos às famílias e a realização dos funerais.

Segundo a fonte, o levantamento dos corpos no terreno foi feito “quase na totalidade”, admitindo, contudo, que possam surgir novas situações, como ocorreu na segunda-feira, quando foram encontrados mais dois corpos.

Sublinhando que se está perante uma situação de “grandes dimensões”, de um “desastre” com um elevado número de vítimas, com o qual os serviços não lidam normalmente, a fonte adiantou que ao trabalho de recolha de informação no terreno, que, dadas as circunstâncias, exige rigor e detalhe, o INML intensificou a realização de autópsias, tendo a equipa de Coimbra sido reforçada com elementos de Lisboa e do Porto.

A fonte adiantou que os corpos recolhidos foram todos encaminhados para Coimbra.

A investigação criminal forense realizada no terreno passou pela documentação fotográfica e recolha de todos os elementos que pudessem ajudar à identificação dos corpos, muitos deles calcinados.

“Foi uma recolha que exigiu alguma paciência e rigor porque depois de levantados os corpos não seria possível”, disse a fonte.

Nesse trabalho, além das coordenadas de localização e, no caso das mortes na estrada, foram recolhidos todos os elementos que permitissem a identificação das vítimas que estavam nos carros como anéis e fios.

Segundo a fonte, as amostras de corpos carbonizados são as mais difíceis, pelo que todos os dados que permitam identificar as vítimas são esgotados antes do recurso a amostras de ADN (que nestes casos têm uma probabilidade pouco elevada) ou dentárias.

“Sabe-se mais ou menos quem são as mais de 60 pessoas envolvidas”, disse, adiantando que, neste trabalho, estiveram envolvidas as diretorias da PJ de Coimbra, de Leiria e de Aveiro.

A fonte adiantou não haver ainda confirmação da morte de um cidadão francês, admitindo que se possa tratar de uma pessoa com dupla nacionalidade, acrescentando que, dos quatro britânicos dados como desaparecidos, dois foram já localizados, supondo-se que os outros dois estejam incontactáveis.

O incêndio que deflagrou no sábado à tarde em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 150 feridos, segundo um balanço divulgado esta terça-feira.

O fogo começou em Escalos Fundeiros, e alastrou depois a Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria.

Desde então, as chamas chegaram aos distritos de Castelo Branco, através do concelho da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra.

Este incêndio já consumiu cerca de 26.000 hectares de floresta, de acordo com dados do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais.