Portugal pode contar com a França como "amigo" à mesa do Conselho Europeu, prometeu esta sexta-feira o Presidente francês, numa altura em estão em cima da mesa sanções por causa do limite do défice.
François Hollande discursava na Câmara de Paris, numa cerimónia para celebrar o 10 de Junho, Dia de Portugal e das Comunidades, em que marcaram presença o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro António Costa.
"As escolhas que Portugal fez não só se adequam às regras europeias, mas são também convergentes com as escolhas que se fizeram em França. Nós queremos, como é óbvio, respeitar as regras. Isso faz parte do que todos nós construímos, como parte do projecto europeu. Mas queremos criar flexibilidade, queremos aligeirar", afirmou Hollande.
"Queremos que Portugal, tal como a França, possa criar emprego, tomando medidas de progresso social, sem descuidar das contas públicas como vocês fizeram. Posso garantir que vocês não têm apenas um parceiro no Conselho Europeu, mas podem contar com um amigo que é a França", sublinhou o chefe de Estado gaulês.
Os presidentes de Portugal e de França condecoraram quatro portugueses residentes na capital francesa que prestaram auxílio a vítimas dos atentados de 13 de Novembro.
Margarida de Santos Sousa, José Gonçalves, Manuela Gonçalves e Natália Teixeira Syed foram condecorados com o grau de Dama/Cavaleiro da Ordem da Liberdade, numa cerimónia realizada no Salão de Festas da Câmara Municipal de Paris.
Durante o seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa elogiou hoje a coragem dos portugueses que emigraram para França e, dirigindo-se aos compatriotas que residem em Paris, disse-lhes que são " dos melhores de todos".
Marcelo Rebelo de Sousa falou a maior parte do tempo em francês, mas no final pediu ao Presidente francês, François Hollande, para se dirigir em português aos cerca de 800 convidados: "Queridos portugueses, queridos compatriotas, é com grande emoção que aqui estou, com o senhor primeiro-ministro [António Costa]".
"Aqueles que aqui estão são dos melhores de todos nós", disse-lhes, recordando os inúmeros portugueses que "saíram, faz agora 50 anos, numa situação de pobreza, de dificuldade, de penosidade, para partir para longe, para recomeçar a vida, sozinhos".
No final do seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa combinou o francês e o português, exclamando "vive Paris, vive la France, viva Portugal".