O Presidente do Conselho Científico Consultivo do Tribunal Penal Internacional (TPI) diz não ter a menor dúvida de que as imagens das ruas de Bucha evidenciam que foi cometido um massacre sobre civis.
Segundo este perito forense, são imagens que "apresentam múltiplos elementos que nos fazem acreditar que se trata, de facto, de uma realidade, de algo que aconteceu e que significa uma profunda violação de direitos humanos".
Se as autoridades contrapõem com o argumento de que tudo não passa de uma encenação, Duarte Nuno Vieira assegura à Renascença que as imagens que nos chegam da Ucrânia são inequívocas e desmentem essas alegações.
"Os corpos falam e, mais tarde, hão de ser feitas investigações profundas, avaliações no âmbito da patologia forense e da antropologia forense que irão permitir que esses corpos nos contem aquilo que verdadeiramente lhes aconteceu, quando é que aconteceu, como é que aconteceu, em que circunstâncias", diz.
A seu tempo, Duarte Nuno Vieira diz que tudo ficará provado com as investigações que venham a ser realizadas.
Mas defende, também, que "este não é o momento: não há nem meios materiais, nem meios humanos, nem condições de segurança para se desenvolverem estas investigações".
"Estes corpos serão sepultados, de acordo com determinadas regras em valas. Depois, mais tarde, decorrerão as perícias para tentar apurar aquilo que verdadeiramente se passou, porque é fundamental que se apure aquilo que ocorreu. Aquilo que vemos nas imagens indica que estamos perante indignidades absolutas e profundas violações dos mais elementares direitos humanos", conclui o presidente do Conselho Cientítico Consultivo do TPI que não tem dúvidas de que houve um massacre de civis em Bucha.