O Presidente Brasileiro, Lula da Silva, vai ser recebido no Parlamento às 10h00, no dia 25 de Abril, mas fora da sessão solene que está agendada para as 11h30. Esta decisão saiu da reunião da Conferência de Líderes, avança a SIC.
Na receção a Lula da Silva vai discursar o Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e o Presidente brasileiro.
Lula da Silva visita Portugal de 22 a 25 de abril, para a cimeira luso-brasileira e uma visita de Estado, anunciada na véspera da tomada de posse do Presidente do Brasil, nos últimos dias de dezembro.
O discurso do Presidente brasileiro, no Parlamento, chegou a ser anunciado para a sessão solene do 25 de Abril, mas gerou muita polémica.
Face às críticas, vindas da direita, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, informou os deputados que o Presidente brasileiro teria direito a uma sessão de boas-vindas, mas não discursaria na cerimónia do 25 de Abril.
Após a reunião da Conferência de Líderes, a porta-voz e deputada socialista Maria da Luz Rosinha indicou que Santos Silva endereçou um convite para que o Presidente brasileiro "possa assistir à sessão do 25 de Abril", mas "ainda não veio a resposta".
Na terça-feira, a Iniciativa Liberal voltou a mostrar-se contra a vinda do Presidente brasileiro, adiantando que a sua bancada ficaria apenas com um dos seus oito deputados.
Hoje, o líder da bancada liberal, Rodrigo Saraiva, transmitiu que Lula "deve ser recebido" no Parlamento, "mas não no 25 de abril", criticando a "instrumentalização" do dia da liberdade e acrescentando que o Brasil "não tem estado no lado certo da história" no que diz respeito à guerra na Ucrânia.
Já o líder parlamentar do Chega disse ter manifestado na conferência de líderes a posição do partido "contra esta cerimónia de boas-vindas ao Presidente brasileiro" e que pediu que ficasse "em ata".
"Não houve votação. No entanto, apesar de não haver votação, exprimimos a nossa opinião e dissemos que somos contra que Lula da Silva viesse discursar a esta Assembleia da República no dia 25", salientou Pedro Pinto, reiterando que o partido irá manifestar-se "na rua" contra a realização das duas sessões no mesmo dia, o que na sua opinião "é uma promiscuidade".
Quanto à presença do Chega no plenário, Pedro Pinto disse que o partido ainda vai decidir se estará ou não, mas indicou que "alguma coisa será feita".
Em dezembro, quando foi a Brasília para a posse de Lula da Silva, o chefe de Estado português anunciou que o Presidente do Brasil iria a Portugal para uma cimeira luso-brasileira e visita de Estado de 22 a 25 de Abril deste ano, que culminaria com a sua participação na cerimónia do 25 de Abril.
Já este ano, em fevereiro, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, falou explicitamente num discurso do Presidente do Brasil na sessão do 25 de Abril na Assembleia da República, assinalando o seu caráter inédito, o que provocou polémica e suscitou críticas por se tratar de uma cerimónia da responsabilidade do parlamento.
Em vez de uma intervenção do Presidente do Brasil na sessão solene anual comemorativa do 25 de Abril, o parlamento decidiu antes realizar uma sessão de boas-vindas à parte durante a visita de Estado de Lula da Silva a Portugal.
Com Lusa