O PAN admite viabilizar um eventual Orçamento retificativo elaborado por um governo formado pela Aliança Democrática. O PS já timha aberto essa porta pela voz de Pedro Nuno Santos, secretário-geral do partido.
Esta quarta-feira, antes de uma reunião com o Bloco de Esquerda, Inês Sousa Real assumiu que o PAN também pode fazê-lo caso as alterações sejam cirúrgicas.
"Deve ter um escopo muito cirúrgico de valorizar profissionais e garantir reforço dos direitos sociais. Toda e qualquer matéria que possa constituir um retrocesso de direitos nós não acompanharemos", começou por avisar.
Por outro lado, Inês Sousa Real admite viabilizar este documento caso sejam melhoradas as condições de trabalho de polícias, bombeiros ou professores: "Estaremos sempre ao lado destes profissionais", resume.
Consenso com a AD "é difícil"
Questionada sobre a possibilidade de haver um acordo mais alargado entre o PAN e o PSD, tal como aconteceu na Madeira, Inês Sousa Real considera que será "difícil" pelas escolhas feitas até agora por Luís Montenegro.
"Não sabemos ainda qual o programa de governo que será apresentado. Achamos difícil que Luís Montenegro, tendo em conta aquilo que já foi avançado, se aproxime daquele que é o ideário do PAN, mas é um debate que será feito quando conhecermos o programa", salientou Inês Sousa Real.
A reunião entre o Bloco de Esquerda e o PAN acontece na sequência dos convites enviados por Mariana Mortágua para que exista uma convergência dos partidos de esquerda. Durante a campanha a coordenadora do BE chegou a acusar Inês Sousa Real de ter "políticas contraditórias" ao viabilizar governos de direita.