Vítor Baía, vice-presidente do FC Porto, fala em "espírito de revolta" após a arbitragem de Fábio Veríssimo no jogo entre Belenenses SAD e FC Porto. Em declarações à FC Porto TV, o dirigente portista diz que o clube não se vai calar em relação à "dualidade de critérios".
"Acima de tudo dar a conhecer o nosso estado de espírito que é de revolta. Por aquilo que temos vindo a assistir quanto à dualidade de critérios nos aspetos disciplinares e àquilo que tem sido o comportamento dos árbitros ao longo da época, sentimo-nos verdadeiramente prejudicados. Temos os jogadores descontentes, como é lógico, e revoltados com o que se tem assistido", afirma, de forma geral.
Sobre o jogo no Jamor, Baía pede "árbitros com conhecimento de jogo diferente" e espera ação por parte do Conselho de Disciplina.
"Ontem voltou a acontecer, falta aos árbitros ter um conhecimento de jogo diferente, de olhar para o jogo de forma completamente diferente, de aplicação da lei, de olhar para os lances de forma diferenciada. O Conselho de Disciplina terá uma palavra a dizer no crescimento destes árbitros. Não nos podemos calar quanto à dualidade de critérios. Sentimo-nos prejudicados com a questão disciplinar", atira.
Vítor Baía recorda lances de Taremi, Corona e Marega, para lá do lance que causou a grave lesão de Nanu, e fala do ambiente vivido no balneário depois do jogo: "Se vocês vissem no balneário, ficavam loucos".
"Agora para marcarem um penálti sobre o Taremi já custa bastante, já o querem denominar como 'piscineiro'. As faltas não contam se for sobre o Marega, porque ele é forte, o Corona é alvo de caça ao homem. Se vocês vissem no balneário, ficavam loucos. Não podemos fechar os olhos, há confiança, mas os árbitros têm de fazer bem o trabalho. O nosso treinador trabalha com grande afinco, queremos que uma classe que queremos que seja cada vez melhor e mais forte não tenha influência na definição deste campeonato", atira.
Lance de Nanu "era penálti"
O antigo guarda-redes, que fez carreira no FC Porto, analisou ainda o lance entre Nanu e o guarda-redes Kritciuk, que deu origem a concussão cerebral e do traumatismo vertebro-medular. O atual dirigente do FC Porto analisa o lance da perspetiva do guardião da Belenenses SAD:
"Estou feliz porque o Nanu está bem, já está entre nós, era o mais importante. Agora, como se pode denominar este lance como choque de cabeças? Que guarda-redes é que vocês viram que sai a um cruzamento de cabeça? Nenhum. A nossa proteção como guarda-redes são os braços, os cotovelos, as mãos. Colocamos à frente o que nos protege. O Nanu foi para o hospital e o Kritciuk ficou em campo, basta ver por aí. Se num choque violento tenho os braços à frente, é claro que protege, mas provoca o choque", diz, antes de terminar, afirmando que deveria ter sido assinalada penalidade
"Os cotovelos estão lá, os punhos estão lá. Foi aí que se deu a lesão do Nanu. Não tenho dúvidas de que era penálti. Falta à arbitragem cultura de jogo, saber compreender o jogo, estar lá como se fosse um praticante. Enquanto isso não acontecer, será difícil. Há muita dualidade de critérios. Se fosse a contar os penáltis marcados por contacto ente guarda-redes e avançados, então aí ficavam muito corados de vergonha por não terem marcado penálti no jogo", termina.