“Continuo a acompanhar a grave situação na Palestina e em Israel, onde tantas pessoas perderam a vida. Peço-vos, por favor, que parem em nome de Deus. Cessem o fogo!”, implorou o Papa na manhã deste domingo, no final do Angelus.
“Espero que se percorram todas as vias para que se evite, absolutamente, uma escalada do conflito, que os feridos possam ser socorridos, que a ajuda chegue à população de Gaza onde a situação humanitária é gravíssima”, afirmou.
O Santo Padre pediu ainda que se libertem imediatamente os reféns e lembrou que, entre eles, há muitas crianças. “Que elas possam regressar às suas famílias. Sim, pensemos nas crianças, em todas as crianças envolvidas nesta guerra, tal como na Ucrânia e noutros conflitos”, disse com preocupação.
“É assim que se está a matar o futuro delas. Rezemos para que haja força para dizer basta!”
Ainda do final do Angelus na Praça de São Pedro, Francisco solidarizou-se com a população do Nepal, atingida por um terremoto, com os refugiados do Afeganistão que se encontram no Paquistão e com as vítimas das inundações que atingiram a Europa.
Não à duplicidade de vida
Antes de rezar o Angelus, o Papa considerou grave “ter um coração duplo, viver com 'um pé em dois sapatos’ sem fazer disso um problema, especialmente quando somos chamados - na vida, na sociedade ou na Igreja - a desempenhar um papel de responsabilidade”.
Nas reflexões sobre o Evangelho de hoje, Francisco alertou para a distância entre o dizer e o fazer e a primazia do exterior sobre o interior. É que “a duplicidade do coração põe em risco a autenticidade do nosso testemunho e a nossa credibilidade como pessoas e como cristãos".
"Lembremo-nos disto: não à duplicidade! Para um sacerdote, um agente pastoral, um político, um professor ou um pai, esta regra vale sempre: o que dizes, o que pregas aos outros, sê tu o primeiro a vivê-lo."
Francisco também não gosta de truques nem fachadas, de gente que realiza obras “para parecerem justos e salvar a face”. E explicou: “O truque é muito comum é mostrar-se bonito por fora para esconder a podridão que existe dentro. Mas esta é uma doença grave, especialmente para nós, cristãos: quando a exterioridade prevalece sobre a vida interior."
Neste contexto, o Papa lamentou que, “por vezes vezes, mesmo na Igreja, somos tentados a salvar a fachada, quando deveríamos cuidar da interioridade, para sermos cristãos coerentes e críveis”.