Dez pontos essenciais na agenda do Sínodo sobre os jovens
26-10-2018 - 13:06
 • Octávio Carmo/Agência Ecclesia

Os trabalhos da assembleia sinodal encerram no domingo.

Não vai ser fácil, mas a Igreja quer recuperar a confiança dos jovens

Há mais de 20 dias, centenas de pessoas estão reunidas no Vaticano para discutir a relação das novas gerações com a Igreja e a sua vida de fé. O encontro global tem o nome de Sínodo e foi convocado pelo Papa Francisco, reunindo bispos, religiosos e representantes dos jovens.

Português

São já 15 as assembleias sinodais - mas algumas extraordinárias e especiais -, mas esta é a primeira em que o português é língua oficial. Os participantes lusófonos podem assim discutir e apresentar propostas na língua falada por milhões de católicos em todo o mundo.

Abusos Sexuais

É um dos problemas que mais coloca em causa a credibilidade da Igreja Católica. O Sínodo vai assumir um posicionamento claro sobre os casos dirigindo-se às vítimas e projetando o reforço da política de tolerância zero. Os jovens fizeram questão de sublinhar que não esperam menos.

Digital

Apesar de algumas resistências internas, o digital conquistou a Igreja Católica, que quer chegar rapidamente a todos, com a sua mensagem. E, claro, os jovens podem fazer mais e melhor do que estruturas clássicas, pensadas para o analógico. O segredo: fazer com os jovens, não para os jovens.

Jovens

Parece uma escolha óbvia, porque o Sínodo é dedicado às novas gerações. Contudo, nunca num encontro do género houve tantos representantes do mundo juvenil na assembleia e eles têm deixado bem claro que querem ser ouvidos.

Migrações

A Europa está preocupada? Imaginem a África. Foi uma das mensagens fortes desta assembleia, onde se manifestou solidariedade aos milhões de jovens migrantes e refugiados que saem do seu país, muitas vezes sem saber qual será o destino. Um dos bispos acusou diretamente as grandes multinacionais de expulsarem pessoas das suas terras para fins económicos, provocando um êxodo desumano.

LGBT

O termo "aterrou" nos documentos do Sínodo à boleia de uma proposta deixada numa reunião de jovens (católicos e não só) que o Vaticano promoveu em março. A assembleia deve abandonar a referência explícita à sigla e reforçar a posição geral da Igreja Católica, em favor do acolhimento de todas as pessoas.

Descentralização

O Sínodo não vai decretar normas de aplicação universal, na Igreja Católica. O processo continua em cada país, procurando aplicar os princípios genéricos a cada situação.

Diálogo

Discernimento, acolhimento e escuta foram palavras muito ouvidas, nestes dias. A ideia é conhecer verdadeiramente a realidade para poder entrar em relação com ela, de forma aberta e disponível.

Polémica

Depois do grande debate provocado pelas assembleias sobre a família em 2014 e 2015, em particular na questão dos divorciados e o acesso aos Sacramentos, o Sínodo 2018 tem optado por uma abordagem mais prática: evitar as polémicas e unir esforços em volta de objetivos comuns. Para já, parece estar a funcionar.

A reportagem no Sínodo dos Bispos é realizada em parceria para a Agência Ecclesia, Família Cristã, Flor de Lis, Rádio Renascença e Voz da Verdade.