As exportações portuguesas de têxtil e vestuário atingiram em 2017 um “recorde absoluto”, aumentando 4% face ao ano anterior e somado 5.237 milhões de euros, divulgou esta sexta-feira a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP).
Em comunicado, a ATP destaca que as exportações de matérias têxteis “estiveram muito mais dinâmicas no último ano”, registando um crescimento de 10%, enquanto as exportações de vestuário aumentaram 3% e as de têxteis para o lar subiram 1%.
Espanha mantém-se como o principal destinatário dos produtos portugueses, somando uma quota de 34% das exportações nacionais, mas registou, pela primeira vez nos últimos anos, uma queda de 0,6%, ou seja, menos 10 milhões de euros face a 2016, para um total de 1.772 milhões de euros.
No "ranking" dos principais cinco destinos da indústria têxtil e vestuário portuguesa destaca-se ainda a quebra das exportações para o Reino Unido, que recuaram 1,7% (menos sete milhões de euros), para 418 milhões de euros, “provavelmente já efeitos do ‘Brexit’ (saída do Reino Unido da União Europeia).
O destino que registou maior queda foi, contudo, a Tunísia, para onde o setor vendeu 36,8 milhões de euros, ou seja, menos 10 milhões de euros do que em 2016 (descida de 22%).
Os EUA, mesmo sem o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP, do inglês ‘Transatlantic Trade and Investment Partnership’), foram o destino que mais cresceu, com um aumento absoluto de cerca de 54 milhões de euros, correspondente a um crescimento de 20,3%, que lhes confere uma quota de 6% (equivalente a 318 milhões de euros) nas exportações do setor.
O mercado francês surge como segundo principal destino das vendas da indústria têxtil e vestuário portuguesa, com 12% do total e um aumento de 6% (mais 37 milhões de euros, para 654 milhões de euros), seguido pela Alemanha (mais 17 milhões de euros, ou 4%, para 453 milhões de euros), Reino Unido, EUA, Itália (acréscimo de 25 milhões de euros, ou 11,4%, para 246 milhões de euros) e Holanda (mais 20 milhões de euros, ou 11,2%, para 201 milhões de euros).
As exportações para Angola, 13.º principal destino, aumentaram 47% (ou seja, mais 15 milhões de euros).
Em 2017 o saldo da balança comercial do setor têxtil e vestuário português foi de 1.098 milhões de euros, com uma taxa de cobertura de 127%.
Apesar dos “oito anos consecutivos de crescimento, no final dos quais se alcançou um novo recorde das exportações”, a ATP garante que indústria têxtil e vestuário portuguesa “não descura as dificuldades e ameaças que o futuro lhe coloca” e não confunde “a dinâmica de crescimento do passado com complacência face ao que está obrigada a fazer nos próximos anos”.