O PCP reagiu esta sexta-feira com indignação às notícias que colocam em causa a contratação direta de um genro de Jerónimo de Sousa pela Câmara comunista de Loures.
Uma reportagem da TVI, emitida na noite de quinta-feira, dava conta de que Jorge Bernardino, genro do secretário-geral do PCP, terá celebrado seis contratos com a autarquia, cinco dos quais por ajuste direto, por serviços como limpezas de vidros, trocas de cartazes ou substituição de lâmpadas, num valor que ultrapassou os 150 mil euros.
Segundo a televisão, o genro de Jerónimo de Sousa conseguiu os contratos depois de ter estado desempregado durante cerca de três anos e apresentou exemplos.
Em outubro de 2018, Jorge Bernardino terá recebido 11 mil euros por ter mudado oito lâmpadas e dois casquilhos. Em novembro do mesmo ano, também terá ganhado 11 mil euros por mudar 10 lâmpadas e substituir 160 cartazes publicitários.
Entrevistado pela TVI, o presidente da Câmara de Loures, Bernardino de Sousa, justificou as quantias praticadas dizendo que estes “são os preços do mercado”.
O PCP em comunicado, emitido na quinta-feira à noite, acusou a estação de fazer uma peça "anticomunista", sustentada na mentira e na calúnia. No mesmo texto é dito que “os serviços referenciados na reportagem decorrem de um contrato publicamente escrutinável a uma empresa unipessoal”, sublinhando ainda que “a TVI transforma, sem escrúpulos e falsamente, em escolha de uma pessoa”.
Lembra ainda que os contratos em questão são “idênticos” a outros “milhares” aos quais as autarquias recorrem.
Jerónimo Sousa reagiu à reportagem dizendo que "não se usa a família como arma de arremesso seja para quem for".