O social-democrata Duarte Pacheco considera que o PSD venceu as eleições legislativas, "mas com cheiro a empate".
"O desejo de mudança é claríssimo, o PS perde um terço do seu eleitorado. Essa insatisfação não foi galvanizada pela AD, foi o Chega que conseguiu isso, apelando aos aos insatisfeitos e aos que não votavam e decidiram participar. É uma vitória que cheira a empate", começou.
Duarte Pacheco foi deputado durante 32 anos, mas ficou fora das listas da Aliança Democrática para estas eleições. Em declarações na emissão especial da Renascença, o social-demostrada discorda com Álvaro Beleza, que afirmou que o PS "resistiu bem".
"Perderam um terço dos votos, milhares e milhares de votos, não me parece que tenham resistido bem. É o resultado dos últimos oito anos. O PSD tinha obrigação de vencer as eleições, e tudo indica que ganha com um empate técnico. O grande vencedor é o Chega", diz, que justifica o porquê.
"O Chega conseguiu que o discurso do 'eles são todos iguais' caísse bem. Esse discurso passou", conclui.
Duarte Pacheco acredita que é possível a governação minoritária da Aliança Democrática: "Só será interrompida se, em qualquer momento, Chega e PS se coligarem para mandarem o governo abaixo".
"Caso contrário, ficará em funções todo o mandato. A governabilidade não depende do PSD. Certo que não será uma política de afrontar todos os partidos no dia a dia, porque é minoritário, mas não está nas suas mão impedir que se coliguem, até porque já tivemos governos minoritários bem sucedidos", diz, que coloca responsabilidade na oposição, que "terá de fazer as suas contas pensar no interesse do país".