O Papa disse, esta quarta-fira, no Vaticano, que “Deus jamais dirá ‘não’” a quem “O invoca sinceramente”.
Francisco falava na tradicional audiência pública de quarta-feira, uma catequese hoje dedicada ao segundo mandamento - "não pronunciarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão".
“Qualquer pessoa pode invocar o santo nome do Senhor, que é Amor fiel e misericordioso, em qualquer situação se encontre. Deus jamais dirá ‘não’ a um coração que O invoca sinceramente”, explicou aos peregrinos reunidos no auditório Paulo VI.
A reflexão sobre o segundo mandamento partiu de passagens bíblicas do Livro de Êxodo (20,7) e do Evangelho de São João (17: 25-26).
“Na Bíblia, o nome é a verdade íntima das coisas e especialmente das pessoas”, salientou, observando que “o nome geralmente representa a missão”, como aconteceu com Abraão e São Pedro.
Francisco explicou que a versão "não pronúncia" traduz uma expressão que significa literalmente, em hebraico, como em grego, “não assumirá isso”.
Neste contexto, referiu que a expressão "em vão" significa “vazio, vão”, a uma forma desprovida de conteúdo, dando como exemplo um envelope vazio, característica da hipocrisia, do formalismo e da mentira.
O pontífice observou que se pode “viver um falso relacionamento com Deus” e lembrou que Jesus contou que os doutores da lei “fizeram coisas” e “falaram sobre Deus, mas não fizeram a vontade de Deus” e o conselho foi: “Faça o que eles dizem, mas não o que eles fazem”.
“Pode-se viver um relacionamento falso com Deus, como essas pessoas”, realçou, alertando para a “teoria” e dando como exemplo os santos e as pessoas com um testemunho de vida coerente.
Para o Papa Francisco, se os cristãos “se multiplicarem assumindo o nome de Deus sem falsidade” a proclamação da Igreja “é mais ouvida e é mais credível”.
“Se a nossa vida concreta manifesta o nome de Deus, vemos quão belo é o batismo e que grande dom é a Eucaristia! Que união sublime existe entre o nosso corpo e o Corpo de Cristo: Cristo em nós e nós nele. Isso não é hipocrisia, isso é verdade. Isso não é falar ou rezar como um papagaio, é orar com o coração, amar o Senhor”, desenvolveu.
Na Sala Paulo VI, com cerca de sete mil pessoas a assistir à audiência geral desta quarta-feira, o Papa atribuiu como “tarefa” aos adultos que ensinem “as crianças a fazer o sinal da cruz bem feito”.
“Ensine-os a nomear o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o primeiro ato de fé de uma criança”, referiu, observando que quando se pede que façam o sinal da cruz, as crianças “fazem algo que não sabem o que é”.
Aos peregrinos de língua portuguesa, o Papa recordou que no batismo foram “santificados no nome da Santíssima Trindade”: “Peçamos a graça de poder viver os nossos compromissos batismais como verdadeiros imitadores de Jesus”.