O líder da oposição israelita Yair Lapid, encarregado de formar Governo, anunciou esta quarta-feira que conseguiu fechar um acordo com as forças da oposição para formação de um executivo que destituirá do poder o atual primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
A nova coligação governamental, composta por partidos de quase todo o espetro ideológico - incluindo um partido árabe pela primeira vez - será liderada durante os primeiros dois anos pelo ultranacionalista religioso Naftali Benet, que será substituído pelo centrista Yair Lapid nos dois seguintes, noticia a agência EFE.
Os adversários do primeiro-ministro israelita cessante, Benjamin Netanyahu, tinham apenas algumas horas para anunciar hoje um acordo visando conduzir o país a uma “nova era” e acabar com mais de dois anos de crise política.
A ser julgado por corrupção em três casos diferentes, Netanyahu é o primeiro chefe do governo israelita acusado durante o mandato.
O partido árabe israelita Raam, liderado pelo islâmico Mansour Abbas, formalizou hoje o seu apoio ao projeto de coligação anti-Netanyahu, o que permite eliminar um dos últimos obstáculos para a formação de um novo Governo em Israel.
Mansour Abbas "assinou o acordo de coligação para formar um governo de unidade", adiantou em comunicado o gabinete do líder da oposição Yaïr Lapid, citado pela agência France-Presse, que ainda tem até 23:59 (21:59 em Lisboa) para reunir votos que permitam anunciar ao Presidente que obteve apoio suficiente para formar o próximo Governo.
Os adversários do primeiro-ministro israelita cessante, Benjamin Netanyahu, tinham apenas algumas horas para anunciar hoje um acordo visando conduzir o país a uma “nova era” e acabar com mais de dois anos de crise política.
As negociações para a formação de um novo Governo juntaram nos últimos três dias as equipas dos principais dirigentes da esquerda, do centro e de uma parte da direita, como a da Yamina, a coligação do líder da direita radical, Naftali Bennett, previsto como futuro primeiro-ministro no quadro de uma rotação no poder.
A adesão do Raam ou da outra formação árabe israelita, a Lista Unida, resolveria o problema do campo anti-Netanyahu, que precisava de mais quatro deputados para atingir os 61 (a maioria no parlamento de 120 lugares) necessários para formar um governo.
O conflito com os palestinianos, o relançamento económico, o lugar da religião: tudo no papel divide a heterogénea coligação anti-Netanyahu com exceção da vontade de afastar o primeiro-ministro com 15 anos no poder, os últimos 12 consecutivamente.
A ser julgado por corrupção em três casos diferentes, Netanyahu é o primeiro chefe do governo israelita acusado durante o mandato.