A greve dos motoristas de matérias perigosas e mercadorias “é completamente desproporcional” e o Governo não pode descartar a possibilidade de decretar a requisição civil, defende o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes.
Em declarações à Renascença, João Vieira Lopes alerta para o grande impacto que a paralisação, que começa a 12 de agosto por tempo indeterminado.
“Independentemente da validade das reivindicações, uma greve deste tipo é completamente desproporcional em termos dos efeitos que vai ter em relação às entidades patronais com as quais o sindicato tem as exigências – injustas em nossa opinião – e em relação ao país em geral.”
A CPP tem uma “posição altamente negativa” em relação a esta paralisação, enaltece o “esforço de mediação” do Governo, mas há uma altura em que é preciso fazer controlo de danos.
“Achamos positivo o esforço do Governo de tentar encontrar algumas soluções de mediação. Se não for possível, achamos que o Governo tem que usar todos os serviços legais, quer em termos de serviços mínimos, de arbitragem, quer inclusivamente em termos de requisição civil, se tal se justificar”, defende João Vieira Lopes.
O presidente da CCP considera que a greve dos motoristas de matérias perigosas e de mercadorias é “um pouco esquisita”.
“Houve um acordo para 2020, entre a Antram e os sindicatos, mas exigências neste momento de aumentos para 2021 e 2022 não têm qualquer sentido. Não há nenhuma empresa séria que possa comprometer-se sem saber a evolução previsível da inflação, da evolução da economia”, sublinha João Vieira Lopes.
A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) alerta para o risco de o país começar a ser confrontado sistematicamente com greves de várias categorias profissionais e manifesta-se indisponível para "multiplicar" negociações e acordos.