Os trabalhos da Assembleia sinodal que decorrem no Vaticano, entram agora na fase final. A uma semana do encerramento, D. José Ornelas faz uma avaliação positiva.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa espera que este Sínodo sobre a sinodalidade venha a “produzir transformações, não só a nível da conversão pessoal, mas também sobre a forma de organizar e de estruturar a igreja”. Por outro lado, o bispo de Fátima reconhece que “não é simplesmente uma questão estrutural, de estratégias ou processos, mas é algo que tem a ver com a escuta, verdadeiramente, do espírito”. Por isso, “é muito importante nesta fase escutar também os teólogos e aqueles que refletem profeticamente sobre o que a Igreja deve ser e dialogá-la bem no interior da Igreja”.
Em declarações enviadas à Renascença a partir de Roma, D. José Ornelas relembra que esta Assembleia é a primeira sessão do Sínodo dos Bispos e que a próxima será em outubro de 2024. “E a questão é saber, durante este ano, qual será o caminho que a Igreja vai ter? Porque, assim como a primeira parte foi dialogada a partir das comunidades de base, esta agora também vai requerer um discernimento complementar e, por isso, a Igreja vai voltar a ser consultada, no entanto, a forma de o fazer ainda não foi totalmente determinada”, afirmou.
Sobre a modalidade de trabalho em que, pela primeira vez, os mais de 300 participantes, debatem os diversos temas sentados em mesas redondas em vez do habitual anfiteatro, D. José Ornelas valoriza esta experiência.
“Para cada módulo (da agenda de trabalhos) nós mudamos de grupo, o que significa ficarmos com uma noção real da diversidade da Igreja nos diversos continentes, situações de guerra, situações muito prometedoras também no seio da igreja, mas sem escamotear os dramas que a humanidade atravessa. Aqui estamos aqui em contato com tudo isso”
O presidente do episcopado português vê nesta experiência um grande enriquecimento. “É com muito respeito que temos de nos aproximar de cada uma destas situações e de cada pessoa que aqui fala, porque atrás de si está uma igreja, estão problemas de sociedades inteiras”. E acrescenta: “É por isso que um Sínodo, que queira ter sentido e diálogo de futuro, deve ter em conta todas estas realidades e respeitar cada um mas, ao mesmo tempo, ter a coragem de propor a todos a transformação da Igreja e do mundo.”
O encerramento desta Assembleia sinodal será no próximo domingo 29 de outubro. Além de D. José Ornelas, participa também o bispo de Coimbra e vice-presidente da Conferência episcopal, D. Virgílio Antunes.