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O presidente da Comissão Europeia felicitou esta quinta-feira António Guterres pela sua nomeação para o cargo de secretário-geral das Nações Unidas, afirmando-se “extremamente satisfeito” pela escolha, que admite constituir “um enorme triunfo pessoal”.
“O facto de ter emergido como a escolha unânime do Conselho de Segurança das Nações Unidas, depois de um processo de selecção de uma transparência sem precedentes, representa um enorme triunfo pessoal e o reconhecimento da sua longa experiência em gerar consensos no domínio dos assuntos internacionais”, escreve Jean-Claude Juncker na missiva, em português, dirigida a Guterres, e à qual a Lusa teve acesso.
O presidente do executivo comunitário acrescenta que a nomeação “constitui também um forte sinal de esperança nas virtudes das soluções multilaterais para superar os desafios globais, nomeadamente a manutenção da paz e da segurança a nível internacional, as migrações, as alterações climáticas, assim como a promoção e defesa do respeito dos direitos humanos”.
“Desejo-lhe o maior êxito no exercício das novas funções e espero ter o prazer de o poder reencontrar brevemente e de podermos colaborar estreitamente na resolução dos graves problemas com que o mundo se confronta actualmente”, conclui Juncker na carta de felicitações enviada a Guterres.
A Comissão Europeia foi alvo de diversas críticas por alegada falta de neutralidade, depois de membros do gabinete do presidente Juncker terem publicamente manifestado apoio à búlgara Kristalina Georgieva, vice-presidente do executivo comunitário, que acabaria por se juntar à “corrida” à liderança da ONU na semana passada. Georgieva ficou em sétimo lugar na votação de quarta-feira, com sete "desencoraja" e dois vetos de membros permanentes, ficando mesmo atrás da sua compatriota Irina Bokova.
No início da conferência de imprensa diária de hoje da Comissão, o porta-voz, depois de dar conta das felicitações de Juncker a Guterres e de "uma longa conversa telefónica" entre ambos hoje de manhã, acrescentou que "o presidente está também feliz por ter a vice-presidente Kristalina Georgieva de regresso a Bruxelas" e insistiu que "a Comissão não desempenhou qualquer papel" no processo de escolha do novo líder da ONU.
Ainda sobre Guterres, frisou que Jean-Claude Juncker "conhece-o há 20 anos, quando eram ambos primeiros-ministros, e está muito feliz por ver um amigo pessoal tornar-se o próximo secretário-geral das Nações Unidas".
O antigo primeiro-ministro português António Guterres foi na quarta-feira indicado como favorito para secretário-geral da ONU pelo Conselho de Segurança à Assembleia-geral, que deverá aprovar o seu nome dentro de alguns dias.
O Conselho de Segurança anunciou na quarta-feira que o português era o “vencedor claro” da sexta votação informal, recebendo 13 votos de encorajamento e duas abstenções, uma das quais de um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, com direito de veto.
Este órgão, com poder de veto, deverá aprovar esta quinta-feira uma votação formal a indicar o nome de António Guterres para a Assembleia-Geral das Nações Unidas, formalizando assim a eleição do sucessor de Ban Ki-moon.