O Governo fez cortes na Protecção Civil, de acordo com um relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) divulgado esta segunda-feira.
A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) recebeu este ano menos cinco milhões de euros.
Comparando com os primeiros seis meses do ano passado, foi uma descida de quase 15% das verbas, indicam os técnicos independentes que apoiam o Parlamento.
Essa redução pode ter sido fruto de um corte directo ou de algum tipo de poupanças que se conseguiu na ANPC.
Em declarações à Renascença, o deputado do PSD Leitão Amaro desafia o primeiro-ministro, António Costa, a assumir que fez cortes nessa área, com impactos reais.
“Este corte na Protecção Civil é uma evidência e um facto que agora a UTAO confirma, tal como no princípio do ano tínhamos visto a conta geral do Estado confirmar os cortes e as cativações do ano anterior que o Governo sempre desmentia”, refere Leitão Amaro.
“Deixo a pergunta a António Costa: perante isto, vai fazer como fez na semana passada e atacar também a UTAO? Na semana passada usou até alguns termos menos institucionais. Ou vai reconhecer que estas escolhas são reais, a escolha de cortar na Protecção Civil ou no investimento público, colocando em causa o funcionamento dos serviços públicos. Vai ou não reconhecer que assim é e, eventualmente, alterar as opções?”, questiona o deputado do PSD.
O tema dos cortes no Estado esteve em destaque na Universidade de Verão do PSD, realizada na semana passada, com o eurodeputado Paulo Rangel a culpar o Governo pelas mortes em Pedrógão Grande.
Para o eurodeputado social-democrata os problemas nos serviços públicos, na educação, na saúde e na protecção civil devem-se aos cortes na despesa do Estado para cumprir as metas do défice.
Na resposta, o socialista João Galamba acusou Paulo Rangel de “mentir descaradamente” e instrumentalizar a tragédia dos incêndios.
“O que Paulo Rangel disse é, pura e simplesmente, mentira. Paulo Rangel veio dizer que este Governo fez cortes brutais na saúde, educação e protecção civil. Isso é, pura e simplesmente, falso, afirmou o deputado do PS.