Agricultores da Região Oeste: "Queremos que se fale de agricultura na campanha"
15-02-2024 - 05:55
 • João Cunha

O protesto na EN8 é organizado pelo Movimento Cívico de Agricultores da Região Oeste, um movimento espontâneo criado entre os profissionais do setor na região.

É um grito de alerta. Agricultores da região oeste em marcha lenta, do Bombarral às Caldas da Rainha, exigem que políticos que concorrem às legislativas expliquem como pretendem resolver problemas do setor.

Num trator que puxa um reboque, um caixão com a frase "Estamos de luto". Concentrados junto a uma grande superfície comercial do grupo Sonae, os agricultores da região Oeste foram chegando, à hora marcada, com as suas máquinas agrícolas, para uma marcha lenta que vai ligar o Bombarral a Óbidos e daí para as Caldas da Rainha.

Um protesto para "pressionar os partidos políticos a pôr na agenda da campanha" que soluções tem para resolver os problemas do setor.

"Não precisamos de falar com a Ministra, porque não existe e já não vale nada. Queremos é falar com todos os candidatos e dizer-lhes que nós existimos e queremos o assunto na campanha eleitoral. Queremos que digam como pretendem resolver os problemas dos agricultores", explica José Marcelino, do Movimento Cívico de Agricultores da Região Oeste, que organiza esta marcha lenta.

"Os agricultores estão a passar mal, tem cada vez menos dinheiro no final das campanhas", e assim sendo, querem "que se fale da agricultura".

Entre os principais problemas do setor, o Movimento destaca sobretudo a desigualdade de regras de controlo da qualidade dos produtos agrícolas que são importados, regras essas que são exigidas aos agricultores portugueses. Como nos fitofarmacos.

"Enquanto nós estamos cada vez mais apertados para utilizar certos produtos fitofarmacos, vem produtos de fora com produtos que nós já não usamos há muito tempo. É isso tem de ser regulado", exige José Marcelino, que sublinha a concorrência desleal que a situação provoca.

Os agricultores apontam ainda outra situação que os deixa incomodados, e que não ajuda o setor.

"Está na hora também de ter noção de que é preciso haver um melhor controle de preços. O agricultor cada vez recebe menos, mas o consumidor paga cada vez mais caro. No meio disto tudo, alguém está a ganhar muito dinheiro", desabafa José Marcelino.

Entre os principais problemas do setor, o movimento destacou a desigualdade das regras de controlo rigoroso da qualidade dos produtos agrícolas importados exigidos aos produtores portugueses.

"Não podemos estar a receber produtos que vêm fora da Europa com pesticidas que nós já não usamos há muitos anos e, se queremos o bem do consumidor, as regras têm de ser as mesmas", disse.

[notícia atualizada às 8h30]