Veja também:
- Primeiro-ministro aceita demissão da Ministra da Saúde
- Marta Temido resistiu à pandemia, mas caos das urgências marca saída
- Presidente da República aceita demissão de Marta Temido
O primeiro-ministro, António Costa, agradece o trabalho de Marta Temido e diz que substituição da ministra da Saúde, que apresentou a demissão esta madrugada, "não será rápida".
O chefe do Governo fala numa demissão "inesperada" e diz que, "desta vez", não se sentiu "em condições de não aceitar o pedido".
António Costa compreende e respeita as razões invocadas por Marta Temido e admite que a morte de uma grávida terá sido "a gota de água".
"Ser membro do Governo é muito exigente e às pastas particularmente desgastantes. Para quem foi ministra da Saúde num período tão duro como tivemos de enfrentar, percebo que alguém estabeleça como linha vermelha a existência de falecimentos em serviços sobre a sua tutela."
"Respeito a avaliação que fez e a decisão que tomou. Quero manifestar o agradecimento profundo pelo trabalho desenvolvido ao longo destes anos por Marta Temido", afirmou o primeiro-ministro, numa declaração aos jornalistas no Palácio de São Bento.
António Costa sublinha que Marta Temido "teve que enfrentar situação única e extraordinária da pandemia" de Covid-19 e tinha em curso "reformas importantes para robustecer o SNS e melhorar cuidados de saúde aos portugueses", reformas que o executivo vai agora prosseguir.
O primeiro-ministro sublinha que a substituição de Marta Temido ainda vai demorar, porque tem que preparar o Conselho de Ministros extraordinário da próxima segunda-feira, onde serão aprovados apoios para as famílias enfrentarem a inflação, e depois vai realizar uma visita a Moçambique.
“Não estava a contar com esta mudança e tenho que pensar nisso devidamente. Hoje tenho preparar o Conselho de Ministros extraordinário da próxima semana”, declarou António Costa.
O chefe do Governo quer que seja ainda Marta Temido a apresentar a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, um dos pontos da reforma do SNS.
"Estava agendado para o próximo dia 15 [de setembro], no Conselho de Ministros, pode ser que consigamos ou não antecipá-lo, mas era muito importante que ainda fosse a atual ministra a apresentá-la ao Conselho de Ministros, de forma a que não tivéssemos mais atrasos na aprovação deste diploma que é uma peça-chave na reforma do Serviço Nacional de Saúde", declarou.
Questionado pelos jornalistas, António Costa afastou a possibilidade de uma remodelação profunda no executivo e avisa que no setor da Saúde as “políticas não vão mudar, são do Governo”.