A ONU lançou um apelo de emergência de 294 milhões de dólares (279 milhões de euros) para "necessidades urgentes" na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, onde mais de 400 mil palestinianos fugiram de casa nos últimos dias.
"Para garantir que os parceiros possam responder, é fundamental que os fundos sejam recebidos atempadamente através deste apelo", insistiu o gabinete da ONU, referindo que o financiamento da ajuda a Gaza e à Cisjordânia este ano tem sido "um desafio".
O plano humanitário da ONU para os dois territórios para este ano foi fixado em 502 milhões de dólares (476 milhões de euros) para ajudar 2,1 milhões de pessoas, mas está atualmente financiado em menos de 50%. Cerca de 60% dos agregados familiares em Gaza eram considerados em situação de insegurança alimentar antes do início das novas hostilidades.
De acordo com o OCHA, mais de 423 mil palestinianos foram deslocados nos últimos dias na Faixa de Gaza, que está cercada e a ser bombardeada pelo exército israelita em resposta ao ataque maciço do Hamas contra Israel, no sábado.
A agência da ONU para os refugiados palestinianos, que gere escolas na Faixa de Gaza, acolhe cerca de 64% destes deslocados em 102 dos seus estabelecimentos.
"A única central elétrica da Faixa de Gaza ficou sem combustível e deixou de funcionar, cortando a única fonte de eletricidade" no enclave, e "a maioria dos habitantes já não tem acesso a água potável", acrescentou o OCHA, referindo que um reservatório de água e uma central de dessalinização foram atingidos por ataques aéreos.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) "informou que algumas pessoas começaram a beber água do mar, que é muito salgada e contaminada por 120 mil metros cúbicos de esgotos não tratados todos os dias", acrescentou na mesma nota.
"As instalações de saúde estão sobrecarregadas, os stocks médicos são baixos e o acesso aos hospitais e aos cuidados médicos é dificultado pelas hostilidades e pelas estradas danificadas", indicou.
"Embora as atenções estejam centradas em Gaza, a situação na Cisjordânia continua tensa", salienta o OCHA, referindo-se também às deslocações de população.