O número de pedidos de asilo de venezuelanos devido à crise económica e política ascende a 414.000, dos quais quase 60%, correspondente a cerca de 248.400, foram apresentados em 2018, anunciou esta sexta-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Em comunicado, o ACNUR indica que dois terços dos pedidos foram registados na América Latina, onde a Colômbia, o Peru, o Chile e o Equador representam os principais países de acolhimento de migrantes e refugiados venezuelanos, enquanto os restantes foram verificados na América do Norte e na Europa.
"No atual contexto dos crescentes pedidos de cidadãos venezuelanos em países vizinhos, incluindo ex-membros das forças de segurança, o ACNUR reitera a necessidade de manter o caráter civil e humanitário do asilo", realçou este organismo da ONU.
O ACNUR explicou que os requerentes de asilo representam apenas uma parte dos 3,4 milhões de venezuelanos que deixaram o país nos últimos cinco anos como resultado da crise, um número que deverá ultrapassar os cinco milhões até ao final de 2019.
Este organismo da ONU lembrou que outros países da América Latina forneceram 1,3 milhões de autorizações de trabalhos e outros tipos de regularização a venezuelanos para terem acesso a serviços básicos, como saúde ou educação, ou ingressarem no mercado de trabalho.
O ACNUR também anunciou hoje a abertura do primeiro centro de acolhimento na cidade colombiana de Maicao para apoiar os refugiados que deixam a Venezuela. Este centro de acolhimento, criado juntamente com as autoridades colombianas na cidade fronteiriça de Maicao, tem inicialmente capacidade para receber até 350 pessoas, indicou Andrej Mahecic, porta-voz do ACNUR, acrescentando que "tem a possibilidade de crescer" no futuro.