O presidente do PSD acusou esta segunda-feira o PS de estar “completamente desnorteado” e lamentou que o Governo rejeite as políticas apresentadas pelos sociais-democratas para o setor da habitação.
“Eu acho que o PS anda completamente desnorteado, não acerta uma. Como é que é possível dizer isso [do PSD] de alguém que faz escrutínio político, com certeza, faz críticas, mas apresenta soluções, apresenta ideias”, afirmou Luís Montenegro.
O líder do PSD, que falava aos jornalistas na Fundação Abreu Calado, em Benavila, no concelho de Avis (Portalegre), no decorrer de uma ação inserida no programa ‘Sentir Portugal’, promovida pelo partido, salientou que o partido manifestou a vontade de “estar ao lado” do Governo para resolver os problemas da habitação.
“Sobre habitação, eu disponibilizei-me, já depois do veto do senhor Presidente da República, a estar ao lado do Governo. Se isto é maledicência os senhores do PS não sabem o que as palavras querem dizer ou então não sabem o que dizem ou dizem coisas que, enfim, não fazem sentido”, acrescentou.
No domingo, o PS acusou o PSD de ser “incapaz de reconhecer os muitos progressos que o país fez ao longo dos últimos oito anos” e de não ter “nenhuma proposta concreta, desde logo na habitação”.
Em reação ao discurso do líder social-democrata, Luís Montenegro, no encerramento da Universidade de Verão do PSD, em que apontou arrogância ao Governo socialista por recusar as propostas do seu partido, o secretário-geral adjunto do PS, João Torres, afirmou aos jornalistas que o maior partido de oposição “vive agarrado à maledicência” e perdeu o contacto com a realidade.
Em Benavila, Luís Montenegro disse ainda que no futuro o PS vai “continuar e bem” a comentar as ações do PSD, o que consideriu ser um “excelente sinal” para o seu partido.
“Agora o PS vai continuar, e bem, a andar a comentar o PSD, eu adoro. Aliás, que o PS seja um comentador assíduo do PSD, é um excelente sinal para o PSD”, sublinhou.
O líder social-democrata alertou ainda que o programa do PS para a habitação “não tem nenhuma espécie de probabilidade” de ser bem-sucedido e que vai ficar “circunscrito” à utilização dos dinheiros oriundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“O Governo português só vai fazer aquilo que o dinheiro da União Europeia nos permite fazer, isto é um falhanço enquanto país. Nós precisamos de ajuda para estarmos junto dos mais desenvolvidos da Europa, mas um país que está sempre de mão estendida, só vive da mão estendida é um país sem futuro”, disse.
“O doutor António Costa e o PS convivem bem em fazer a Portugal aquilo que querem que Portugal faça à União Europeia, que é estar sempre de mão estendida, estar sempre dependente, eu não quero um Portugal subsidiodependente”, acrescentou.
Para o líder do PSD, o Governo precisa de “recomeçar” e ter a “humildade” de apresentar novas políticas para o setor da habitação.
“Eu só posso acompanhar o senhor Presidente da República, primeiro no seu veto político e, em segundo, eu diria que é uma última oportunidade que dá ao doutor António Costa de salvar o país. Não é salvar a si próprio ou o PS, porque infelizmente o doutor António Costa e o PS já governam há oito anos, oito anos é o tempo de duas legislaturas, já tiveram mais do que tempo de mostrar que são capazes de fazer”, disse.
Portalegre é o 13.º distrito escolhido pelo presidente do PSD, na sequência do compromisso que assumiu no 40.º Congresso de passar uma semana por mês nos diferentes distritos de Portugal.
Luís Montenegro está desde domingo a percorrer os 15 concelhos que compõem o distrito do Alto Alentejo, terminando este périplo na quarta-feira, em Portalegre.