A pintora Graça Morais vai ser homenageada, nesta terça-feira, na Nouvelle Sorbonne, em Paris, com uma jornada de estudos sobre a sua obra, com vários investigadores portugueses e internacionais a debruçarem-se sobre os temas abordados pela artista.
"O trabalho de Graça Morais, mais do que nenhum outro, tem tentado alcançar a alteridade. Através da pintura, ela tenta reconstituir lugares, a memória de um povo, de uma época. Desde os anos 80 é uma artista que deu voz aos que não tinham voz, nomeadamente em Trás-os-Montes", disse Egídia Souto, professora associada no Centro de Investigação de Países Lusófonos (CREPAL) na universidade Nouvelle Sorbonne, em declarações à Agência Lusa.
A jornada internacional de estudo "Graça Morais e a arte de pensar o Mundo" vai decorrer durante todo o dia, com a presença de investigadores vindos da Universidade de Vigo, da Universidade Nova de Lisboa, do Centro de Investigação de Montanha, do Instituto Politécnico de Bragança e das Universidades de Belas Artes de Paris e Lisboa, para se debruçarem sobre a obra da autora portuguesa.
Algumas da principais temáticas abordadas serão "o papel das mulheres na aldeia, a desertificação das aldeias, os ritos de passagem ou transformação", precisou Egídia Souto, organizadora deste evento.
Nesta jornada de estudos vai também ser mostrado o documentário "Graça Morais Na Cabeça de uma Mulher está a História de uma Aldeia", da autoria de Joana Morais. Graça Morais vai estar presente neste evento e vai participar num debate com a sua filha, Joana Morais, e também a cineasta de origem portuguesa Cristèle Alvez Meira, que vai encerrar esta jornada na Sorbonne.
Graça Morais nasceu em 1948 em Vieiro, Trás-os-Montes, tendo estudado pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto. No fim dos anos 70, a pintora viveu em Paris, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 1997, foi agraciada com o Grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Graça Morais mantém ainda hoje um `atelier` na aldeia onde nasceu.