O secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, diz que a proposta do PSD para a contagem do tempo de serviço dos docentes "é uma proposta interessante".
"Para nós, seria uma boa base para a negociação, se viesse do governo", diz o dirigente sindical à Renascença.
Mário Nogueira lembra, contudo, que o governo é suportado em maioria absoluta e, por isso, os professores, "se continuam a querer ver contado o seu tempo de serviço, só através da luta é que isso será possível".
O líder da Fenprof considera que a proposta "laranja" isola ainda mais o governo e a Assembleia, fazendo com que todos percebam que o problema não é financeiro nem de qualquer outro tipo que não seja a "obstinação, a teimosia de um governo e de um primeiro-ministro que recusam claramente recuperar o tempo de serviço dos professores".
O presidente do PSD propôs, no sábado, o pagamento do tempo de serviço dos professores de forma faseada em cinco anos "a um ritmo de 20% em cada ano", medida que, disse, "é compatível com a gestão rigorosa dos recursos".
O líder dos sociais-democratas disse ainda que, sobre esta matéria, vai solicitar à Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) e ao Conselho de Finanças Públicas o cálculo exato do impacto orçamental da recuperação do tempo de serviço, adiantando que depois de ouvir os representantes dos professores "pode estimar-se um impacto de 250 a 300 milhões de euros".