A China Three Gorges (CTG) confirmou ter sido recebida pelo ministro adjunto no primeiro trimestre deste ano, mas garantiu que a Oferta Pública de Aquisição (OPA) à EDP “não foi nem poderia ter sido” tema de conversa com o Governo.
A empresa confirma assim a notícia do semanário Expresso, que dava conta de uma reunião entre a empresa chinesa e o executivo antes de ser conhecida a OPA. Pedro Siza Vieira reuniu-se com a CGT sem invocar qualquer incompatibilidade, apesar de a empresa chinesa ser assessorada pela Linklaters, na qual o ministro adjunto foi sócio.
“A CTG confirma ter sido recebida pelo ministro adjunto, Pedro Siza Vieira, no primeiro trimestre deste ano, mas apenas para tratar um tema de regulação”, afirmou à agência Lusa fonte da CTG em Lisboa.
Segundo acrescentou, o encontro com o ministro foi realizado pela CTG “na sua qualidade de acionista membro do Conselho Geral de Supervisão (CGS) [da EDP] e na sequência de um pedido expresso do Conselho de Administração Executivo (CAE) e do CGS para que tal diligência pudesse ser desenvolvida pela CTG”.
“Como é óbvio não foi nem poderia ter sido objeto de qualquer conversa com o Governo ou outras entidades o tema da oferta sobre a EDP”, disse a mesma fonte.
A CTG sublinhou ainda que “sempre pautou e continuará a pautar o seu comportamento institucional pelo rigoroso cumprimento das leis portuguesas e do estatuto de acionista, não tendo qualquer substância alegações divergentes desta realidade comprovadamente verificada ao longo de seis anos como acionista da EDP”.
O encontro aconteceu antes de ser conhecida a OPA à EDP, uma informação que foi confirmada pelo gabinete do ministro ao semanário Expresso, que adiantou que o seu encontro com a CTG foi feito na mesma qualidade que “dezenas de reuniões realizadas com empresários e grupos empresariais, nacionais e estrangeiros, desde que assumiu funções”.
Esta semana, o ministro adjunto pediu escusa para não tratar de temas relacionados com o setor elétrico, uma decisão que levou o PSD a anunciar um conjunto de perguntas sobre o pedido de Siza Vieira, questionando se este não devia ter acontecido antes e se o Código de Conduta do Governo foi cumprido.