A oposição venezuelana garante que vai continuar a marchar todos os dias até que sejam marcadas eleições que permitam afastar o Presidente Nicolás Maduro do poder.
"Vamos exigir que cesse a repressão, marcharemos todos os dias que sejam necessários até que haja uma mudança democrática no país", disse aos jornalistas o ex-candidato presidencial opositor Henrique Capriles, no dia em que os venezuelanos participaram, em várias cidades, nas concentrações com o lema "Somos milhões pela mudança".
Em Caracas, a oposição concentrou-se em seis pontos distintos (Santa Fé, Altamira, Petare, Caurimare, Bello Monte, Chacaíto e Santa Mónia) de onde marcharam até à auto-estrada Francisco Fajardo, naquela que foi, segundo os organizadores, a maior manifestação realizada até hoje.
Uma vez na auto-estrada, o líder opositor anunciou que tentariam chegar até à sede do Ministério do Interior, Justiça e Paz, no centro de Caracas, mas as forças de segurança, uma vez mais, reprimiram os manifestantes.
Segundo a oposição venezuelana, em 50 dias de protestos "50 venezuelanos foram assassinados, mais de 13 mil ficaram feridos, 2.700 foram detidos e quase 200 civis foram processados por tribunais militares".
"Tem sido praticamente um massacre contra o povo venezuelano, mas manteremos em resistência e a luta pela Venezuela. Queremos eleições, o povo quer eleições livres e democráticas", explicou Henrique Capriles.
A oposição quer que seja aberto um canal humanitário que permita a entrada de medicamentos e alimentos no país, e que o Executivo respeite o parlamento, onde a oposição detém a maioria.
"Não podemos aceitar que, em democracia, haja presos políticos. Queremos independência dos poderes (públicos), não podemos aceitar que continuem inabilitando gente [a impedir o exercício de cargos públicos]. O Governo quer escolher quem o enfrentará (em eleições) e isso não podemos aceitar", disse.
Henrique Capriles instou ainda ao "desarmamento de grupos paramilitares".
Na segunda-feira, a oposição acompanhará os médicos a marchar até ao Ministério da Saúde, para chamar a atenção para a precariedade e problemas do sector.