O Papa Francisco alerta para a “inércia” e o “egoísmo” da comunidade internacional perante a fome de milhões de pessoas, numa mensagem enviada à 40ª assembleia geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Francisco escreve que “não bastam as boas intenções para combater a fome e assegurar o pão a milhões de pobres”, uma vez que também “é necessário reconhecer que todos têm direito a ele e dele devem usufruir”.
Lamenta ainda “a falta de uma cultura da solidariedade” e que as actividades internacionais fiquem “apenas ligadas ao pragmatismo das estatísticas” e “uma eficácia alheia à ideia de partilha”.
O Papa apela a um maior impulso no sector agrícola e, “quando um país não consegue dar respostas adequadas por subdesenvolvimento, pelas suas condições de pobreza, alterações climáticas ou situação de insegurança, é necessário que a FAO e outras instituições governamentais possam intervir com uma adequada acção social”.
Francisco recorda que “as guerras, o terrorismo, as deslocações forçadas de pessoas que cada vez mais impedem – ou, pelo menos, condicionam fortemente as actividades de cooperação – não são fruto de fatalidades, mas antes consequência de decisões concretas”.
A mensagem do Papa foi lida pelo cardeal Pietro Parolin, que anunciou uma visita de Francisco à sede da FAO no dia 16 de Outubro, por ocasião do Dia Mundial da Alimentação.