Há mais dois deputados do PSD envolvidos em caso de alegadas falsas presenças no Parlamento, avança o jornal Observador.
Os parlamentares em causa são José Matos Rosa e Duarte Marques.
José Matos Rosa estava em viagem a Cabo Verde, mas a sua presença foi marcada na Assembleia da República. O caso remonta a 3 de fevereiro de 2017.
Também no ano passado, mas a 4 de maio, Duarte Marques encontrava-se no Porto, no entanto, alguém ativou o seu perfil no computador no Parlamento, marcando assim a presença.
Duarte Marques disse ao Observador já pediu aos serviços da Assembeia da República que lhe seja marcada falta.
José Matos Rosa acredita "haver um lapso" e não deu mais explicações.
Estes dois casos são conhecidos no dia em que o secretário-geral do PSD, José Silvano, foi alvo de um inquérito-crime do Ministério Público devido a falsas presenças no Parlamento.
"Isto não pode acontecer", diz Fernando Negrão
Confrontado com os dois novos casos, o líder da bancada parlamentar do PSD, Fernando Negrão, insiste que esta é uma questão que diz respeito a cada deputado, legitimamente eleito.
Ainda assim, faz notar que são casos que têm vários anos e acredita que recentemente não se repetiram.
“O grupo parlamentar são dezenas de deputados e isto aconteceu com três deputados. Isto não tira a responsabilidade eventual a esses deputados que, eventualmente, terão praticado esses atos. Agora, no que diz respeito a essa matéria, a única coisa que podemos fazer é pedagogia, designadamente nas reuniões do grupo parlamentar, com todos os deputados no sentido de que isto não pode acontecer. Recentemente não há notícia de repetição de casos destes”, afirma Fernando Negrão.
Questionado se receita a existência de mais casos de falsas presenças, o líder da bancada respondeu: “Não temo. Acho mesmo que não há”.
Fernando Negrão falava no final de uma reunião da bancada parlamentar do PSD particularmente tensa, com muitas críticas à proposta de alteração ao Orçamento do Estado que visa taxar as mais-valias imobiliárias nos casos de especulação.
Fernando Negrão reconhece que houve algumas críticas e admite alterar que a proposta do PSD possa vir a ser alterada. Recusa, no entanto, negociar a do Bloco de Esquerda, que diz ser “inconciliável”.
[notícia atualizada às 20h57 - com a reação de Fernando Negrão]