O bispo do Funchal D. Nuno Brás foi eleito vice-presidente Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE). A eleição aconteceu numa assembleia do organismo que decorre em Roma e que tem como novo presidente D. Mariano Crociata, bispo de Latina, na Itália.
Em declarações à Renascença, D. Nuno Brás diz que esta sua eleição significa o reconhecimento do "lugar da Igreja em Portugal na construção europeia". “É um organismo da Igreja para acompanhar todo o processo legislativo executivo da União Europeia e, neste sentido, o facto de haver um português e que expressa o sentir dos cristãos, digamos, do Sul da Europa, creio que, obviamente é importante no sentido de reconhecer esta diversidade, na construção da unidade”, refere o prelado.
D. Nuno Brás cita o Papa Francisco que, no encontro com os bispos da COMECE, sublinhou que “a unidade é feita sempre na procura do respeito pela diversidade” para afirmar que sente a sua eleição “como uma missão para ser o porta-voz daquilo que é o modo de ver particularmente do sul da Europa; o modo de ver os problemas, as iniciativas, e as oportunidades também da construção desta Europa que todos queremos unida e que trabalhe mais em favor da paz”.
O bispo não esquece a guerra na Ucrânia e defende “o trabalho pela paz na Europa de uma forma muito clara”, mas alerta também para a necessidade de se “trabalhar também para que a União Europeia possa ser um lugar de promotor de paz, não só na Europa, mas também um pouco por todo o mundo”.
D. Nuno Brás deixa ainda uma palavra sobre o processo sinodal em curso na Igreja. “Creio que esta realidade da sinodalidade é qualquer coisa que vamos aprendendo e que não se esgota neste Sínodo dos Bispos. É um dinamismo que precisa de ser e de estar sempre presente nos nossos trabalhos e naquilo que somos; seja como igreja, seja depois também enquanto presença de um diálogo e de um caminho feito em conjunto também com outras realidades não eclesiais”, refere.
A Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia integra delegados de todos os Estados-Membros; foi criada em 1980, com a aprovação da Santa Sé, para representar os episcopados católicos junto das instituições comunitárias.