Alfragide. Ministério Público investiga nova queixa de violência policial
26-07-2017 - 08:11

A alegada vítima, de 50 anos, teve de ficar internada durante três dias no hospital da Amadora.

Um homem de origem cabo-verdiana terá sido agredido na esquadra da PSP em Alfragide , a 7 de Fevereiro, o que o obrigou a ficar hospitalizado durante três dias. O Ministério Público está a investigar.

Segundo o “Diário de Notícias”, o homem, de 50 anos, foi detido no bairro 6 de Maio, no concelho da Amadora, quando a Câmara procedia à demolição de algumas casas e se recusou a sair da sua.

A PSP contou, na altura, que o homem tinha resistido às ordens das autoridades e agredido três polícias, tendo instaurado a respectiva queixa judicial.

De acordo agora com o inquérito, quando os agentes o levaram algemado para a esquadra de Alfragide tê-lo-ão agredido durante o trajecto e nas instalações policiais.

O caso foi denunciado pelo vereador do PCP, Francisco Santos, na última reunião da Câmara da Amadora, que alertou para "algumas semelhanças entre as narrativas policiais" entre este episódio de alegada violência policial e as situações descritas na acusação do Ministério Público contra 18 agentes dessa mesma esquadra, conhecidas no passado dia 10.

Escreve o jornal que há suspeita de que possam estar envolvidos neste novo caso, alguns destes agentes já acusados, recorde-se, por crimes tortura, sequestro e ofensas à integridade física, qualificados e agravados pela motivação de ódio racial, contra seis jovens da Cova da Moura, entre os quais dois activistas e monitores da Associação Moinho da Juventude.

Ao “DN”, o vereador comunista reafirmou as declarações da reunião da autarquia. Contou que visitou o "Sr. Avelino, depois deste sair do hospital e que este lhe mostrou "meio envergonhado" os "hematomas que tinha por todo o corpo, na barriga, costas e principalmente nas nádegas, onde disse que lhe tinham dado palmatoadas com bastões".

O vereador chama a atenção para "o progressivo abandono do policiamento de proximidade, que na Amadora passou a ser substituído por um conceito de intervenção musculada, parece ser pouco adequado para uma cidade em que coabitam e coexistem mais de 40 nacionalidades".