A riqueza média das famílias portuguesas aumentou cerca de 20% entre 2017 e 2020 e está agora acima dos níveis de 2010, ainda antes da crise da última década.
Segundo o Inquérito à Situação Financeira das Famílias, divulgado esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, a diferença entre os ativos e as dívidas das famílias subiu para 200,4 mil euros, enquanto a riqueza líquida mediana dos portugueses aumentou 31,3% nestes três anos, para 101,2 mil euros.
A subida, segundo o INE, é “consistente com o aumento dos preços no mercado imobiliário e o aumento dos depósitos das famílias neste período, especialmente acentuados desde a pandemia”.
No mesmo período, o valor médio de dívidas manteve-se nos 25 mil euros e o de ativos foi de 189,4 mil euros (mais 20 mil em relação a 2017), a que se somam 36 mil euros de ativos financeiros.
Os resultados do inquérito apontam ainda para uma ligeira redução da desigualdade entre 2017 e 2020, com o fosso entre os 10% mais ricos do país e os outros 90% a estreitar-se: as famílias com maior riqueza líquida acumulam agora 51,2% de toda a riqueza entre famílias, mas a percentagem desceu em relação a 2017 e está até abaixo dos níveis de 2010.
As famílias portuguesas continuam com uma clara preferência por serem proprietárias da sua residência, com apenas 2% das que vivem em casa própria a lamentar que preferiam ter arrendado uma habitação e 63,5% das famílias que arrendam a casa onde habitam a preferirem tê-la comprado, com a maioria a apontar que não o fez por não ter condições financeiras.