Muros laterais inclinados para fora, com barras de metal a fazerem contenção para não desabarem. Assim se pode descrever o estado em que se encontra a Ponte da Panela.
A estrutura passa por cima da linha do Norte, na povoação de S. Vicente do Paul, no concelho de Santarém e, pelo seu tabuleiro, passam diariamente centenas de viaturas, muitas delas pesadas.
A situação não deixa os habitantes da zona descansados.
Elvira Oliveira passa frequentemente no local e, em declarações à Renascença, pediu que “fosse arranjada”. Lembrando que “há um comboio que passa por baixo”, a moradora destacou o risco de caírem pedras em cima das carruagens.
Uma situação que “aos automobilistas pode não fazer diferença, mas a um comboio pode”, acrescentou.
Câmara escorou muros laterais
Em 2020, a situação foi denunciada à Câmara Municipal pelo presidente da União de freguesias de S. Vicente do Paul e Vale de Figueira.
Ricardo Costa lembrou que, na sequência, “a Câmara fez deslocar os técnicos ao local e eles escoraram a parte lateral da ponte”. Uma intervenção que Ricardo Costa considera não ter sido suficiente “pelo risco iminente”, por isso, continuou a pedir outra solução à autarquia.
A insistência parece ter dado fruto.
Em declarações à Renascença, o vereador do pelouro das obras confirmou que “a Câmara Municipal, de forma coordenada com as Infraestruturas de Portugal” decidiu avançar com a requalificação da ponte.
Neste momento, “estão a ser elaborados os projetos de especialidades para que depois avancemos para os procedimentos de lançamento da empreitada”, disse João Leite.
A expetativa é que “num ano, ano e meio no máximo, todos estes passos, nomeadamente a concretização da empreitada esteja desenvolvida.”
Risco calculado e salvaguardado
João Leite justificou o prazo dado com os pareceres técnicos.
“Aquilo que dizem as entidades e as avaliações técnicas é que o risco está calculado e salvaguardado”, defendeu o vereador, que assim justificou “esta margem para intervir.”
“Se o relatório do IP e se os nossos técnicos dissessem que estaríamos numa situação de total emergência, a própria legislação permite agilizarmos os processos e existiria uma intervenção rápida”, rematou o autarca.
A requalificação da Ponte da Panela está estimada entre 400 a 500 mil euros.