A Direção-Geral da Saúde revelou que 275 mil pessoas receberam dose de reforço da vacina contra a Covid-19.
De acordo com os dados enviados à Renascença, neste grupo encontram-se 6.587 imunodeprimidos, que começaram a receber a dose adicional em meados de setembro com prescrição médica.
Entretanto, quase 650 mil pessoas foram vacinadas contra a gripe, dos quais 164 mil foram inoculadas em simultâneo para a gripe e para a SARS-CoV-2.
A Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar e a Associação de Medicina Geral e Familiar têm denunciado dificuldades, tanto por parte dos idosos que não saber ler e responder à convocatória por SMS para vacinação, como pelo facto de não terem forma de se deslocar os centros de vacinação.
Em entrevista ao Jornal de Notícias, Diogo Urjais da USF-AN fala em atrasos na vacinação e diz que estão a ter 40% de faltas. Já a resposta às convocatórias por SMS para vacinação em simultâneo, em curso para os maiores de 80 anos é da ordem dos 60%.
Nas farmácias o cenário é diferente. Em apenas nove dias foram vendidas 434 mil vacinas para a gripe, o que corresponde a 62% do total contingente que foi comprado (700 mil doses).
A partir do próximo dia 15 devem começar a ser administradas as 200 mil vacinas do contingente do SNS, que vão ser disponibilizadas gratuitamente nas farmácias a quem tem mais de 65 anos e doença associada.
Dose de reforço com Moderna e Pfizer
A dose de reforço da vacina contra a covid-19 deve ser realizada com as vacinas da Moderna (Spikevax) ou da Pfizer (Comirnaty).
De acordo com a norma atualizada da DGS, esta recomendação é idêntica seja qual for a vacina que a pessoa tomou, mas "não é aplicável às pessoas que recuperaram de infeção por SARS-CoV-2".
A norma explica que a dose de reforço está recomendada para os residentes e utentes de lares, instituições similares e da rede de cuidados continuados integrados, pessoas com 80 ou mais anos de idade e pessoas com 65 ou mais anos.
Contudo, na quarta-feira, secretário de Estado Adjunto e da Saúde anunciou que será iniciado "muito em breve" o reforço de vacinação dos profissionais de saúde e do setor social com a terceira dose.
Tanto as vacinas da Pfizer como da Moderna são de RNA mensageiro (mRNA) que codifica para a proteína S ("spike") do vírus SARS-CoV-2.
A Covid-19 provocou pelo menos 5.012.784 mortes em todo o mundo, entre mais de 247,54 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.180 pessoas e foram contabilizados 1.092.666 casos de infeção, segundo dados da DGS.