A tristeza pode ajudar à conversão ou transformar-se num demónio sorrateiro, alertou o Papa esta quarta-feira, durante a habitual Audiência Geral. Prosseguindo o ciclo de catequeses dedicadas aos “vícios e virtudes”, desta vez o tema da tristeza ocupou as reflexões de Francisco.
Há dois tipos de tristeza, “uma tristeza amiga, que nos leva à salvação”, mas há também um segundo tipo de tristeza “que se insinua na alma e a prostra num estado de desânimo”, disse o Santo Padre.
“Quando passamos por perdas que causam amarguras ou mesmo depressões, podemos cair numa tristeza profunda. Não deixemos que esta se transforme num estado de ânimo que impeça a alegria de viver”, aconselhou o Papa.
É que a tristeza, entendida como um abatimento da alma, uma aflição constante, “impede o homem de sentir alegria na sua própria existência”. Nestes casos, trata-se de “uma doença da alma que nasce no coração do homem quando desaparece um desejo ou uma esperança”.
O Papa reconhece que todos passamos por provações que geram tristeza, pois a vida nos faz conceber sonhos que depois desmoronam.
“Nesta situação, alguns, depois de um período de turbulência, confiam na esperança, mas outros chafurdam na melancolia, permitindo que ela gangrene os seus corações. A tristeza é o prazer de nenhum prazer”, afirmou.
“É um demónio sorrateiro, é como um verme do coração, que corrói e esvazia aquele que o hospedou. Mas pode ser facilmente combatido, tendo em mente o pensamento da ressurreição de Cristo, capaz de resgatar todas as felicidades que na nossa vida permaneceram inacabadas.”
No final da catequese, o Papa renovou o seu pedido de orações pelos que sofrem com a guerra na Ucrânia, na Palestina e em Israel, reafirmando que “a guerra é sempre uma derrota da humanidade”.