Augusto Mateus faz como São Tomé, sobre o novo aeroporto de Lisboa, e quer “ver para crer” uma decisão tomada pelo poder político.
É a reação do ex-ministro da Economia à Renascença, depois de apresentado o trabalho da Comissão Técnica Independente (CTI), que considera Alcochete e Vendas Novas como as soluções viáveis.
“Passou tanto tempo, anda-se sempre tanto à volta da mesma coisa que eu quero ver para crer uma decisão que finalmente resolva este problema do desenvolvimento português e da região de Lisboa, que já foi bem mais desenvolvida no contexto europeu do que é agora, entre outras razões, por estes atrasos inaceitáveis”, afirma Augusto Mateus.
O economista também chegou a apresentar um estudo, ainda se discutiam opções como Ota e Rio Frio para o aeroporto. Volta a defender que é mais importante discutir o modelo, uma cidade-aeroportuária, do que a localização, mas descreve o que o país precisa.
“Tudo o que seja flexível, em que não tenha de se fazer tudo de uma só vez, em que se possa ir fazendo, determinadamente a partir de uma massa crítica que é absolutamente necessária, em terreno público para evitar qualquer especulação de terrenos, suficientemente bem localizado do ponto de vista de servir um aeroporto moderno, mas atrair outras atividades que vão baixar os custos na exploração desse aeroporto, estará bem”, defende Augusto Mateus.
Nestas declarações à Renascença, Augusto Mateus nunca apontou uma localização, sublinha apenas a urgência de uma decisão política.
Descer o IRC para aumentar o autofinanciamento
Augusto Mateus apresentou esta segunda-feira um estudo, pedido pela Confederação do Comércio e Serviços, que recomenda a descida de seis pontos percentuais no IRC, para 15,4%, e uma taxa sobre as vendas.
O economista diz que a pesada tributação sobre as empresas - acima da média europeia - está a penalizar o investimento e propõe “três reformas simples, diretas e objetivas”.
O ex-ministro explica que não se trata de baixar impostos, mas incentivar a economia. "Aumentar drasticamente a taxa de poupança das empresas para reforçar o investimento. A redução do IRS é para isso, não é para mais nada. Simplificar a vida às empresas, não do ponto de vista de qualquer facilitismo, mas de um regime adequado às pequenas iniciativas e, em terceiro lugar, incentivos bem geridos", defende, em declarações à Renascença.