Era campeão olímpico, mundial e europeu de boxe. Estava em Londres para uma prova quando começou a guerra e, quando muitos pensavam em sair do país, Oleksandr Usyk quis regressar.
“Demorei 24 horas a chegar à Ucrânia, mas, finalmente, estava em casa”, contou no palco central da Web Summit, esta quarta-feira.
Num primeiro momento, Oleksandr pensou em retirar a família do país, pois tem três filhos, mas a mulher não estava de acordo e, por isso, ficaram.
Acabou por ingressar nas fileiras dos militares ucranianos, mas depressa percebeu que o seu lugar não era ali. As pessoas pediam-lhe para enfrentar o adversário Antonhy Joshua, a prova para a qual se estava a preparar quando a guerra estalou. Diziam-lhe que uma vitória dele ia dar moral e força a todos.
“Se eu ficasse no exército era mais um a lutar, enquanto que a praticar boxe posso levar a mensagem a todo o mundo”, explicou.
E assim decidiu passar a lutar para elevar a voz de todos os ucranianos e garantir apoios para o seu país.
Questionado sobre como é que consegue manter-se como uma inspiração para os ucranianos, Oleksandr Usyk, dá a sua receita: ser grato, treinar e sorrir.
Usyk diz que a sua regra, em primeiro lugar, é agradecer a Deus por tudo o que tem na vida. O segundo segredo do seu sucesso é a sua família, a mulher e os filhos. “Quando acordo e, antes de ir correr e treinar, vejo-os a dormir, seguros e isso faz-me sorrir”, diz.
O boxeur garante que não sente “raiva ou ódio” e termina: “amem-se uns aos outros, sorriam e glória para a Ucrânia”.