A cidade do Porto tinha 730 pessoas em situação de sem-abrigo em dezembro de 2021, mais 140 que em 2020, sendo que destas, 231 vivem na rua e 499 não têm casa, revelou nesta segunda-feira a autarquia.
No final de uma reunião privada do executivo portuense, que decorreu esta manhã, o vereador da Coesão Social, Fernando Paulo, adiantou que o Porto tem cerca de 7% do número nacional de pessoas em condição de sem abrigo e 49% do fenómeno na Área Metropolitana do Porto (AMP).
Os números constam da Estratégia Municipal para a Integração das Pessoas em Situação de Sem Abrigo do município do Porto que tem como novidade a intenção da autarquia em criar uma Estrutura Residencial de Baixo Limiar.
"Esta resposta destina-se a Pessoas em Situação de Sem Abrigo de longo termo e com ausência de condição para plena autonomia, mas com margem de incrementarem competências de sociabilização e é uma resposta que não existe na cidade", explicou o responsável.
Segundo explicou o vereador, "o projeto foi submetido ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e prevê criar cinco vagas numa estrutura residencial de longa duração, para já".
A candidatura ao PRR é de 547.350 euros, até 2026.
Muitos sem-abrigo vêm de outros concelhos
Sobre o aumento do número de sem abrigo na cidade, Fernando Paulo salientou que o Porto tem "uma forte atratividade" para as pessoas em Situação de Sem Abrigo: "A boa resposta que temos para estes casos faz com que o Porto seja atrativo e é por isso que muitos destes casos são de pessoas naturais de outros concelhos", referiu.
Fernando Paulo deu, por isso, conta da intenção da autarquia em "insistir" que se desenhe uma estratégia de resposta mais ampla: "Queremos que seja a nível da área metropolitana. Não desistimos e acho que em breve este assunto irá à reunião de vereadores da Coesão Social da AMP", referiu.
A Estratégia Municipal para a Integração das Pessoas em Situação de Sem Abrigo do município do Porto, explicou o vereador, pretende "contribuir para a ampliação e qualificação das respostas já existentes e para a criação de novos instrumentos de intervenção".
Aquele plano está estruturado em dez eixos: Equipa Multidisciplinar, Centro de Acolhimento Temporário Joaquim Urbano, Centro de Acolhimento de Emergência Covid-19, Rede de Restaurantes Solidários, Alojamento em Apartamentos Partilhados e Integração Socioprofissional, Capacitação/formação, Saúde, Participação e Cidadania, Capacitação e Reforço de Gestores de Caso e a Estrutura Residencial de Baixo Limiar.