Passam poucos minutos das 10 da manhã, a missa já acabou e a assembleia de voto em Covão, no estreito de Câmara de Lobos, concelho de Câmara de Lobos, volta a ficar com mais eleitores. É quase sempre assim, depois da missa, o voto.
Ao lado da Igreja, no café “El Gato Negro”, há um grupo de mulheres que se prepara para ir votar. Todas dizem que é um dever e que se não o fizerem o voto, vai calhar a outro.
“O voto é para quem a gente quer senão vai calhar a outro. Não é só dizer dá-me, dá-me, porque para reclamar também temos de fazer por isso” desabafa Maria à reportagem da Renascença.
Numa região que é governada há 47 anos pelo mesmo partido, nesta mesa do café defende-se que as outras forças políticas também têm de estar representadas na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira.
Questionada pela reportagem da Renascença, Maria diz que uma só voz não serve.
“É bom os outros partidos estarem também no parlamento, para verem as necessidades da população, porque um só partido nunca vê o que faz falta. Uma só voz não serve, nem sequer na nossa casa” refere Maria, moradora do Estreito de Câmara de Lobos.
Na assembleia de voto localizada na escola primária, Paulo Santos é vice-presidente da mesa e refere à Renascença que a afluência de manhã é maior porque é tradição as pessoas irem votar depois da missa.
“Temos aqui uma paróquia muito perto, deve ter acabado agora uma missa e estamos a ter uma boa afluência” refere Paulo Santos à Renascença.
Nas últimas eleições regionais o PSD venceu nesta freguesia com 50 por cento dos votos, mas o Partido Socialista mais do que triplicou a votação, subiu de 7,1 em 2015 para 24 por cento em 2019.
A Renascença tem emissão especial esta noite, a partir das 23 horas, conduzida pela jornalista Susana Madureira Martins, com reportagem de Manuela Pires, análise de Henrique Monteiro e debate com Hugo Soares, secretário geral do PSD, e Porfirio Silva, deputado do PS.