A Ucrânia controla neste momento 92 localidades e mais de 1.250 quilómetros quadrados de território russo, disse esta segunda-feira Volodymyr Zelensky. O Presidente ucraniano voltou a pedir autorização para usar as armas fornecidas pelos países Ocidentais para atacar o território russo.
Zelensky sublinhou que não houve nenhuma resposta desmesurada do regime de Vladimir Putin à invasão do território russo, e avisou que a falta de autorização para usar as armas dos países Ocidentais tem sido a maior razão para Kiev não conseguir impedir o avanço das tropas de Moscovo na linha da frente dos combates, no leste da Ucrânia.
"O conceito inocente e ilusório das chamadas linhas vermelhas sobre a Rússia, que dominou a avaliação da guerra por alguns parceiros, desfez-se nestes dias algures perto de Sudzha", declarou Zelensky num discurso a embaixadores, referindo-se à cidade fronteiriça na região de Kursk, atualmente controlada pelas tropas ucranianas.
O Presidente da Ucrânia realçou que a operação de Kursk não teria sido necessária se os parceiros Ocidentais permitissem ataques de longo alcance contra a Rússia, e descreveu a invasão como o "maior investimento" na capacidade de fazer regressar a casa os prisioneiros de guerra ucranianos.
Volodymyr Zelensky avisou também que a logística de entrega de armas dos parceiros tem "abrandado", e que se deve assegurar que uma segunda cimeira para a paz na Ucrânia acontece em 2024.
A invasão de Kursk pela Ucrânia começou há quase duas semanas, forçando a Rússia a relocalizar forças armadas de outras frentes de combate para a região. Segundo o Instituto para o Estudo da Guerra, as forças russas vão precisar de cerca de 20 mil militares para recuperar território.
Moscovo confirmou esta segunda-feira que a ofensiva ucraniana atingiu uma terceira ponte na região russa de Kursk, desta feita no rio Seym, que atravessa aquela área fronteiriça do nordeste da Ucrânia, a a norte de Kharkiv.
Kiev ainda não comentou o ataque, mas o chefe da força aérea ucraniana confirmou anteriormente que as suas forças tinham destruído duas pontes, com o objetivo de enfraquecer a capacidade logística do inimigo.
Analistas militares afirmam que as pontes em causa são parte fundamental das linhas de reabastecimento das tropas russas que defendem a área. A Reuters não conseguiu verificar de forma independente os danos nas pontes ou a situação no campo de batalha na região de Kursk.