Vitalino Canas, antigo porta-voz do PS, sugere que a deputada Alexandra Leitão seria a melhor solução para liderar o Partido Socialista depois da demissão de António Costa.
"Existem pessoas no PS como a Alexandra Leitão, que é uma pessoa muito combativa, com capacidade e experiência politica, e que não traria consigo essa imagem de continuidade", defende Vitalino Canas em declarações à Renascença.
Ao falar em "continuidade", este antigo dirigente socialista refere-se a soluções como Pedro Nuno Santos ou José Luís Carneiro, que estiveram ou estão, respetivamente, dentro do atual governo.
Sobre o antigo ministro das Infraestruturas e o atual ministro da Administração Interna, Vitalino Canas admite que "ambos têm boas condições para ser líderes do PS", mas acredita que são duas caras que "não podem deixar de ser vistas como continuidade" ao executivo de António Costa.
Por isso, Vitalino Canas, atual professor de Direito na Universidade de Lisboa, sugere que Alexandra Leitão podia trazer "um novo élan ao Partido Socialista".
Contactada pela Renascença, Alexandra Leitão, atual deputada do PS e antiga ministra da Administração Pública diz que prefere "não comentar" esta possibilidade.
Um PS em "desvantagem"
Apesar de considerar que "é cedo" para fazer antevisões, Vitalino Canas considera que é inevitável que o PS parta em "desvantagem" depois do escândalo que fez cair António Costa do cargo de primeiro-ministro.
"Temos de admitir que a maioria absoluta sentiu algumas dificuldades e elas de certeza que não se vão aligeirar, pelo contrário, vão acentuar-se", considera o antigo dirigente do PS.
Em março de 2024, altura para a qual o Presidente da República marcou as eleições legislativas, Vitalino Canas antecipa que para "diminuir ou fazer desaparecer essa desvantagem", o PS vai ter de fazer uma proposta "muito motivadora para o seu eleitorado".
Este professor universitário acredita que Marcelo Rebelo de Sousa teve em conta que o PS tem de se reorganizar para as eleições e por isso é que empurrou o calendário para 10 de março.
Sobre a decisão de dissolver o Parlamento, Vitalino Canas considera que o Presidente da República ficou "aprisionado pelas suas próprias palavras" ao ter dito que o Governo caía caso António Costa saísse do executivo, e admite que o desfecho poderia ter sido diferente se Marcelo nunca tivesse dito isso no discurso da tomada de posse do Governo, em março de 2022.