A porta-voz do PAN considerou, esta sexta-feira, que o Governo perdeu a oportunidade de erradicar a pobreza em Portugal, realçando que há quatro milhões de pessoas que viveriam em situação de carência se não fossem os apoios sociais.
"Ainda falta um longo caminho para conseguirmos erradicar a pobreza no nosso país. Eu recordo que a maioria absoluta foi uma oportunidade perdida para isso mesmo", disse Inês Sousa Real.
Falando à margem de uma visita a um restaurante onde o serviço é assegurado por pessoas que estão ou estiveram em situação de sem abrigo, a cabeça de lista do PAN por Lisboa adiantou que, a partir de 2022, houve dificuldades em colocar no Orçamento do Estado propostas como o programa Casa Primeiro.
"Desde a maioria absoluta, houve uma grande dificuldade em garantir que continuávamos a ter o reforço deste tipo de iniciativas, deste tipo de projeto, porque sabemos que ter uma casa é absolutamente estruturante, para quem está em situação de sem-abrigo nas ruas ou para as famílias que trabalham e que não veem reconhecido o esforço do seu rendimento, do seu trabalho e que estão com tantas dificuldades", observou no último dia da campanha eleitoral.
Defendendo políticas que retirem as pessoas da pobreza, o PAN afirma que é fundamental que haja mais investimento no combate à pobreza, garantindo que na próxima legislatura os mecanismos da suspensão da execução da penhora da casa de família estão em vigor.
"Não podemos ter uma onda de crédito malparado na banca, uma devolução de casas à banca e as famílias a serem despejadas, num contexto em que a crise da habitação é uma das crises sociais maiores do nosso tempo", precisou.
Inês Sousa Real reforçou ainda a necessidade do reforço de meios da estratégia nacional de integração das pessoas em situação de sem abrigo, referindo que deve haver uma revisão dos apoios sociais.