O Presidente da República reuniu-se esta terça-feira com familiares de reféns do movimento islamista Hamas, a quem garantiu que Portugal mantém a pressão para que sejam libertados, informou a Embaixada de Israel em Portugal, que promoveu o encontro.
"Marcelo Rebelo de Sousa, reuniu-se com a delegação das famílias dos reféns e disse-lhes que Portugal mantém a pressão para que os reféns regressem a casa", refere uma publicação na conta oficial da Embaixada de Israel em Portugal numa rede social.
A delegação incluiu sete famílias de reféns, todas elas com ligações a Portugal, que estão "empenhadas em fazer tudo para que os seus entes queridos regressem a casa", refere a nota da Embaixada.
Em comunicado, o embaixador de Israel em Portugal, Dor Shapira, que participou na reunião, vincou que "o esforço para devolver os reféns transcende fronteiras e é internacional", lembrando que "há também vários reféns com ligação a Portugal" e, por isso, deve ser feita "pressão para que todos os reféns regressem rapidamente a casa".
No âmbito da visita da delegação das famílias reféns, realizaram-se também reuniões com deputados e altos diplomatas, além de encontros com as comunidades israelitas no Porto e em Lisboa.
A 7 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 132 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 123.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 27.500 mortos, 67.000 feridos e 8.000 desaparecidos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais, e quase dois milhões de deslocados (mais de 85% dos habitantes), mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome que já está a fazer vítimas, segundo a ONU.
Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios ocupados pelo Estado judaico, mais de 380 palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos, além de se terem registado mais de 3.000 feridos e 5.600 detenções.