O BCP fechou o ano de 2021 com lucro de 138 milhões, o que representa uma queda de quase 25%. Só os créditos em francos suíços na Polónia, as indemnizações pagas pela saída de trabalhadores e as contribuições do setor custaram ao banco mais de 600 milhões de euros no ano passado.
Contas feitas, os lucros caíram 24,6% face a 2020.
Em Portugal, os resultados foram positivos, com um crescimento de mais de 28%.
O maior impacto nas contas chegou da operação na Polónia. Tudo, devido aos empréstimos em francos suíços, realizados em 2008. Com a valorização da moeda disparou o malparado, em 2019 o Tribunal de Justiça Europeu deu aos clientes o direito a pedirem a conversão dos empréstimos para a moeda local. O banco polaco, detido pelo BCP, foi obrigado a constituir provisões para prevenir eventuais perdas.
Menos 724 trabalhadores em Portugal
O BCP fechou o ano de 2021 com 6.289 trabalhadores em Portugal, menos 724 do que no final de 2020, segundo as contas divulgadas nesta segunda-feira pelo banco.
A redução de funcionários implicou 90,7 milhões de euros de custos no ano passado.
Segundo o presidente executivo do BCP, Miguel Maya, o processo de saída de trabalhadores foi "muito difícil" e "exigente para a organização", mas foi necessário para "garantir a sustentabilidade do banco".
Quanto a agências, no fim de 2021, o BCP tinha em Portugal 434 sucursais, menos 44 do que em 2020.
Na atividade internacional, o BCP reduziu 743 trabalhadores (mais de 500 na operação na Polónia) para 9.579 no final de 2021 e 48 sucursais para 854.
No ano passado voltaram os grandes processos de reestruturação nos principais bancos, que passaram nomeadamente pela saída de milhares de trabalhadores, tendo ocorrido as principais reduções de pessoal no Santander Totta e no BCP.
A maior parte dos trabalhadores saíram por acordo (rescisão por mútuo acordo ou reforma antecipada), mas também houve funcionários abrangidos por despedimento coletivo, que no caso do BCP foram 23 trabalhadores, segundo informações divulgadas anteriormente.